Brasileira se destaca na arqueologia da Terra Santa
Por RFI
A arqueóloga brasileira Kátia Cytryn-Silverman, de 50 anos, se tornou uma das maiores especialistas no estudo do período islâmico na Terra Santa. Há pouco mais de 30 anos, ela decidiu morar em Israel justamente pelo amor à arqueologia em uma das regiões mais ricas em termos de História da civilização.
Daniela Kresch, correspondente da RFI em Tel Aviv
Katia nasceu no Rio de Janeiro e, aos 19 anos, se mudou para o país depois de passar um período como voluntária em uma escavação. Decidiu, naquele momento, que iria estudar e viver em Israel.
Na bagagem, a vontade de tocar com as próprias mãos na História e participar de descobertas que ajudassem a preencher as lacunas do conhecimento humano sobre seu passado.
Na bagagem, a vontade de tocar com as próprias mãos na História e participar de descobertas que ajudassem a preencher as lacunas do conhecimento humano sobre seu passado.
“A minha história com a arqueologia, na verdade, veio já de criança, quando comecei a estudar História. Eu fiquei com vontade de ser arqueóloga, tocar na História”, diz Katia.
“E, em 1985, eu vim para Israel com um grupo e me apaixonei pelos sítios arqueológicos que uma arqueologia brasileira que estudou aqui em Israel nos mostrou. A vista me criou a vontade de estudar aquilo também”.
Katia, é, hoje, uma conferencista de renome. Nacionalizada israelense, ela é diretora de um projeto de escavação arqueológica na cidade de Tiberíades, no Norte de Israel.
A carioca de Copacabana também é membro do Instituto de Arqueologia e do Departamento de Estudos do Oriente Médio da Universidade Hebraica de Jerusalém.
A carioca de Copacabana também é membro do Instituto de Arqueologia e do Departamento de Estudos do Oriente Médio da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Satisfação permanente
Para ela, trabalhar na região é um desafio e uma satisfação permanente.
“Trabalhar aqui em arqueologia é que nem colocar uma criancinha numa casa de biscoito”, brinca Katia.
“Aqui em Israel a gente tem uma visão bem vasta de todos os períodos do começo da civilização, e não só é importante para arqueólogo o trabalho de campo, como também a oportunidade de poder visitar outros sítios, aprender de outros estudos, não só por livros, mas também vendo os artefatos, tocando na terra e nos achados arquitetônicos”, conta.
Katia tem vários interesses. Em seu meu mestrado, ela se especializou em reconhecimento da cerâmica do período islâmico. Isso porque, na arqueologia, o estudo da cerâmica é uma das fontes básicas para poder datar os sítios arqueológicos.
Prestígio profissional
No doutorado, ela se envolveu em dois projetos: foi codiretora de uma escavação às margens do Mar da Galileia de um sítio do período omíada, nos primórdios do islamismo e, em seguida, trabalhou numa pesquisa sobre urbanização que tinha como foco um palácio em Tiberíades.
No doutorado, ela se envolveu em dois projetos: foi codiretora de uma escavação às margens do Mar da Galileia de um sítio do período omíada, nos primórdios do islamismo e, em seguida, trabalhou numa pesquisa sobre urbanização que tinha como foco um palácio em Tiberíades.
Acabou descobrindo que uma construção, antes identificada como um mercado, era, na verdade, a mesquita mais antiga do mundo. A descoberta rendeu a ela muito prestígio.
“Me especializei no período islâmico e até hoje eu trabalho com isso. Tive a oportunidade de trabalhar com várias escavações que não são minhas, e assim aprender também sobre várias regiões, inclusive viajar para o Egito, porque eu trabalhei aqui com sítios que têm mais material importado do Egito já do começo da era islâmica”, conta a brasileira. “Então, é um trabalho, uma especialização muito interessante”.
Curiosidade brasileira
Para Katia, a curiosidade brasileira a ajudou muito em sua carreira. Ela acredita que a mistura de culturas do Brasil a levou a se interessar por assuntos que muitos arqueólogos rejeitam. Seu interesse pelo Islã, por exemplo, começou durante a educação em um colégio judaico no Rio de Janeiro.
Hoje, ela acredita que a flexibilidade brasileira e a determinação israelense foram fundamentais para o sucesso de sua carreira:
Hoje, ela acredita que a flexibilidade brasileira e a determinação israelense foram fundamentais para o sucesso de sua carreira:
“Eu acho que essa dupla de ser flexível, mas ao mesmo tempo ser determinada, eu acho que é uma coisa muito boa, não só para um profissional e para um acadêmico, mas principalmente para quem está comandando uma escavação de campo durante um período tão longo. Então, eu acho que, sem dúvida, essa minha parte brasileira tem uma grande contribuição.”
Sobre o mesmo assunto
BRASIL-MUNDO
Arqueólogo brasileiro aponta China como "sonho de pesquisadores"SAÚDE
Arqueólogos e biólogos unem forças para entender epidemia de lepraLINHA DIRETA
Israel realiza operação em túneis do Hezbollah na fronteira com Líbano
Arquivos
- 1
- 2
- 3
- ...
- seguinte >
- último >
Brasileiro vira celebridade com restaurantes de sushi na Itália
Conquistar o exigente paladar dos italianos com a cozinha japonesa não é uma tarefa fácil. O brasileiro Ricardo Takamitsu alcançou este objetivo. …Brasileiro assume direção científica do maior jardim botânico do mundo, em Londres
O Royal Kew Gardens, maior jardim botânico do mundo, acaba de escolher para seu novo diretor de ciência o especialista brasileiro Alexandre Antonelli. Sua …Banda brasileira grava homenagem à Marielle Franco em Berlim
Com um som inspirado no maracatu pernambucano, a banda berlinense "Rainhas do Norte" é formada só por mulheres. São sete brasileiras, …Bailarina brasileira cria plataforma de empoderamento feminino em Nova York
Integrante de uma companhia de balé clássico composta apenas por dançarinos negros, Ingrid Silva vai além dos palcos, para inspirar outras …Livro e exposição em Berlim contam história de judeu que se refugiou no Brasil fugindo do nazismo
O carioca Rafael Cardoso chegou à Alemanha em 2012 para escrever a biografia de seu bisavô, um alemão que teve importante papel cultural no país …Brasileiro cria projeto de moradia alternativo e divide casa com imigrantes africanos em Roma
Depois de viver em um acampamento de imigrantes na Grécia, o jornalista brasileiro André Naddeo voltou para a Itália, onde criou um projeto de moradia …
- 1
- 2
- 3
- ...
- seguinte >
- último >
Programas
Nenhum comentário:
Postar um comentário