Boletim diário da ONU Brasil: “Centro de pesquisa apresenta estudos sobre acesso de refugiados à proteção social” e 16 outros.
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ter, 25 de jun 18:19 (há 12 dias)
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Posted: 25 Jun 2019 01:52 PM PDT
Mãe de cinco crianças, a síria Ronia Metwali vive com seus filhos numa casa no campo de refugiados de Domiz, no norte do Iraque. Foto: ACNUR/Andrew McConnell
No mês em que a comunidade internacional comemora o Dia Mundial do Refugiado, 20 de junho, o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo ( IPC-IG) lembra uma série de publicações que abordam o acesso à proteção social para pessoas forçadas a abandonar seus lares e países. Em contextos de refúgio, políticas públicas de assistência e transferência de renda nem sempre estão disponíveis para quem mais precisa.
Atualmente, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), existem 70,8 milhões de deslocados forçados no mundo. Desses, 25,9 milhões deixaram sua nação de origem e se tornaram refugiados. Outros 3,5 milhões solicitaram refúgio e aguardavam uma decisão dos países de acolhimento.
A instituição informa ainda que 41,3 milhões de pessoas vivem como deslocados internos, isto é, indivíduos que tiveram que deixar suas comunidades por questões de segurança, mas que permaneceram em seus países de origem.
Para lançar luz sobre os desafios enfrentados por essas populações, o IPC-IG selecionou quatro estudos:
- A edição da revista Policy in Focus intitulada Proteção social: atendendo aos direitos e às necessidades das crianças. A publicação aborda o papel da proteção social no combate à violência infantil e na promoção de uma transição segura para a vida adulta. Um dos artigos do periódico discute o uso de transferências de renda para apoiar crianças deslocadas na Jordânia e no Líbano. Outra pesquisa examina a pobreza e a vulnerabilidade das crianças no Iraque, onde uma série de choques políticos e humanitários levou ao deslocamento interno de milhões de pessoas;
- O relatório Construindo Sistemas Nacionais de Proteção Social Responsivos a Choques na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA). O documento analisa o estado da proteção social no Egito, Palestina, Iêmen, Iraque, Líbano, Jordânia, Síria e Sudão. Um dos objetivos da pesquisa é avaliar se um sistema de proteção social é sensível a impacto, isto é, se é capaz de responder com flexibilidade no caso de uma emergência que afeta um grande número de pessoas ou comunidades de uma só vez. Esse tipo de emergência difere, por exemplo, de eventos como a morte de um chefe de família, com alcance menor e consequências restritas a grupo pequeno de indivíduos.
O estudo aponta que a crise de refugiados e o número de deslocados internos no Oriente Médio e Norte da África agravam os desafios de coordenação entre os atores humanitários e as instituições de proteção social. O Iraque é o único país analisado onde o direito a iniciativas nacionais de proteção social é concedido a estrangeiros. No entanto, esse acesso é limitado na prática.
- O estudo Overview of non-contributory social protection programmes in the MENA region through a child and equity lens (“Panorama dos programas não contributivos de proteção social na região MENA sob uma ótica equitativa e sensível às crianças”, em tradução livre para o português). A pesquisa mostra que os sistemas nacionais de proteção social muitas vezes não são nem abertos nem preparados para dar apoio a crianças estrangeiras. Analisar o tema pelo viés das crianças e dos direitos humanos é essencial, pois os mais jovens são particularmente afetados por processos migratórios;
- A edição da revista Policy in Focus Social Protection after the Arab Spring (“Proteção Social depois da Primavera Árabe”). O periódico ressalta que, como os refugiados são muitas vezes excluídos da proteção social e do acesso a recursos do governo do país de acolhimento, a maioria deles no Oriente Médio e Norte da África precisa da ajuda de agências humanitárias. Entre os países da região que receberam contingentes consideráveis de refugiados, apenas a Turquia abriu seus programas nacionais de proteção social aos deslocados forçados. Outros países não puderam fazer isso por possuírem um sistema de proteção social rudimentar ou por não estarem dispostos a oferecer recursos estatais para pessoas que não eram cidadãos nacionais. Como resultado, a proteção social para refugiados na região é fornecida, em maior parte, por agências internacionais, em forma de transferências financeiras humanitárias.
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Posted: 25 Jun 2019 01:17 PM PDT
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, durante reunião no Conselho de Segurança. Foto: ONU
O embaixador do Irã nas Nações Unidas afirmou na segunda-feira (24) que há uma necessidade de “diálogos regionais genuínos” para responder às crescentes tensões no Golfo, e pediu que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “desempenhe um papel” para levar os países à mesa de negociações.
O embaixador Majid Takht Ravanchi falou a jornalistas do lado de fora da câmara do Conselho de Segurança, em Nova Iorque. Um encontro a portas fechadas foi realizado para discutir as relações deterioradas entre Estados Unidos e Irã, que também exacerbou tensões com seu rival regional, a Arábia Saudita, e seus aliados.
O representante permanente do Irã na ONU disse ter pedido para participar do encontro, mas que o pedido foi rejeitado. Ele culpou os Estados Unidos, um membro permanente do órgão de 15 membros, e afirmou que o Irã “não quer guerra, ou um agravamento de tensões” na região.
“A decisão de hoje dos EUA, de impor mais sanções contra o Irã, é mais um indicativo da contínua hostilidade dos EUA contra o povo iraniano e seus líderes”, afirmou. “Para diminuir tensões na região mais ampla do Golfo Pérsico, os EUA precisam parar suas aventuras militares em nossa região, assim como sua guerra econômica”.
Autoridades norte-americanas afirmaram que o Irã é responsável por dois incidentes distintos nas semanas recentes, em torno do Estreito de Ormuz e do Golfo de Omã, envolvendo seis petroleiros que foram danificados. O Irã negou categoricamente qualquer envolvimento.
Na semana passada, um drone norte-americano não tripulado foi abatido por forças militares iranianas, no que os EUA afirmaram ser águas internacionais no Golfo. O embaixador Ravanchi repetiu na segunda-feira a declaração iraniana de que o drone estava violando espaço aéreo iraniano quando foi abatido.
Irã “é responsável”, diz embaixador interino dos EUA
Falando no mesmo pódio imediatamente após o encontro a portas fechadas, o embaixador interino dos EUA, Jonathan Cohen, disse a jornalistas que “é claro para nós, e deveria ser para o mundo, que o Irã é responsável pelos ataques de 12 de maio e de 13 de junho contra navios no Golfo Pérsico”. Segundo Cohen, “tais ataques apresentam uma séria ameaça à liberdade de navegação e de comércio em um dos canais mais importantes do mundo”.
Cohen afirmou que o drone não havia entrado em espaço aéreo iraniano, mas se baseou na interpretação de que a posição da aeronave não tripulada estava na “região de informação de voo”, que “não é o mesmo que o espaço aéreo deles”.
“O Irã precisa entender que estes ataques são inaceitáveis. É hora de o mundo se juntar a nós para dizer isto. Nossa política continua sendo um esforço econômico e diplomático para trazer o Irã de volta à mesa de negociação”.
Mais cedo, o embaixador iraniano havia afirmado que seu país não irá participar de conversas com os EUA enquanto sanções punitivas estiverem em vigor, junto a intimidações e ameaças.
“Nervos de aço” são necessários, diz Guterres
Solicitado mais cedo a comentar em briefing regular à imprensa na sede da ONU sobre as contínuas tensões na região do Golfo, o vice-porta-voz da ONU, Farhan Haq, afirmou que o secretário-geral “deixou claro suas preocupações, tanto sobre os incidentes recentes quanto sobre a retórica de várias partes”.
Ele afirmou que “seria uma catástrofe ter qualquer agravamento na região do Golfo”, acrescentou Haq. “Ele instou todas as partes a mostrarem nervos de aço, e ele continua sustentando isso, e quer garantir que elas tomem medidas para evitar quaisquer tipos de provocações”.
Conselho de Segurança pede para todos os países “exercerem contenção máxima”
Após as conversas a portas fechadas, o embaixador Mansour al-Otaibi, do Kuwait, que assume a presidência do Conselho de Segurança durante o mês de junho, leu uma declaração informal em nome do órgão de 15 membros, condenando os ataques a petroleiros no Golfo.
Segundo a declaração, os ataques representam “uma séria ameaça à navegação marítima e ao fornecimento de energia”, assim como uma ameaça à paz e à segurança internacional.
“Os membros do Conselho instam partes envolvidas e todos os países na região a exercerem contenção máxima e adotarem medidas e ações para reduzir agravamentos e encerrar tensões”, disse.
A declaração pedia para diferenças serem respondidas “pacificamente e através de diálogos”.
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Posted: 25 Jun 2019 12:50 PM PDT
Alguns países especificam o número de porções de frutas e legumes que devem ser consumidos diariamente: por exemplo, seis no caso da Grécia, ou cinco, no caso de Costa Rica e na Islândia. Foto: PEXELS
As dietas variam muito de um lugar para outro, dependendo da disponibilidade de alimentos, hábitos alimentares e cultura. No entanto, quando se trata de comida, sabemos diferenciar o que é bom para nós e o que não é, independentemente de onde vivemos.
A questão é que optar por uma dieta saudável está se tornando cada vez mais complicado devido às mudanças sociais. Embora muitos países ainda enfrentem desnutrição, mais e mais pessoas no mundo consomem alimentos energéticos com alto teor de gordura, açúcar e sal.
Mudanças como a urbanização, o aumento de empregos sedentários e novos modos de transporte reduziram os níveis de atividade física humana, colocando populações inteiras em risco de obesidade, excesso de peso e doenças associadas.
A obesidade quase triplicou em todo o mundo desde 1975 e com ela aumentaram os problemas de saúde como diabetes, doenças cardíacas e certos tipos de câncer. Esta tendência não se limita aos países de alta renda. Em países de renda baixa e média, o número de pessoas obesas e com excesso de peso está crescendo a um ritmo ainda mais acelerado. Ao mesmo tempo, em muitos casos, tais países também enfrentam altas taxas de nanismo e deficiências de micronutrientes.
No momento em que a obesidade está aumentando, as orientações dietéticas são ainda mais importantes. Com base nos últimos dados disponíveis, os guias são recomendações de um país para que a população coma melhor e tenha mais saúde.
O site da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) contém a mais completa coleção de guias alimentares de todo o mundo. Mais de 100 países já escreveram guias alimentares adaptados às suas respectivas situações alimentares e populações.
1. Comer muitos legumes e frutas. Alguns países especificam o número de porções de frutas e legumes que devem ser consumidos diariamente: por exemplo, seis no caso da Grécia, ou cinco, no caso de Costa Rica e na Islândia. O Canadá até especifica as cores dos legumes que devem ser consumidos (um vegetal verde escuro e um laranja a cada dia). Os tamanhos das porções podem variar de acordo com o país; no entanto, todos os guias recomendam comer muitos vegetais e frutas frescas todos os dias.
2. Monitorar o consumo de gorduras. Embora de maneira diferente, a maioria dos guias menciona a redução do consumo de gorduras sólidas e saturadas, e sugere a substituição de gorduras animais por óleos vegetais. O azeite grego é recomendado em muitos países, enquanto no Vietnã é o óleo de gergelim ou de amendoim que é sugerido, demonstrando assim, nas diretrizes de cada país, a importância da disponibilidade de alimentos e as preferências culturais.
3. Reduzir o consumo de alimentos e bebidas com alto teor de açúcar. Existe um consenso geral sobre os efeitos nocivos do açúcar processado. Guias de todos os países recomendam seguir uma dieta pobre em açúcar e comer fruta em vez de doces processados ou bebidas açucaradas para satisfazer o desejo por doce.
4. Reduza o consumo de sódio/sal. A Nigéria sugere reduzir o uso de cubos de caldos industrializados; Malta recomenda limitar alimentos pré-cozidos com alto teor de sódio. A Colômbia, por sua vez, sugere limitar a ingestão de carnes processadas, conservas e produtos embalados que geralmente têm alto teor de sal. Em todos os países, existe um amplo consenso sobre a conveniência de seguir uma dieta com baixo teor de sal.
5. Beba água regularmente. Em geral, os guias recomendam a água potável como a melhor maneira de saciar a sede. É claro que você sempre tem que ter certeza de que a água que consome é potável.
6. Se você consumir álcool, faça isso com moderação. Se você optar por beber álcool — seja cerveja, vinho ou destilados — o consenso geral sugere que o consumo deve ser moderado.
7. Faça exercícios físicos diariamente. Para pessoas que têm empregos mais sedentários ou estilos de vida muito urbanos, a recomendação geral é fazer pelo menos 30 minutos de exercício diário. No entanto, as diretrizes do Benin estipulam que, para aquelas pessoas que realizam trabalho fisicamente exigente, não é especialmente importante fazer exercícios físicos adicionais.
Muitos guias oferecem outras boas dicas para uma alimentação saudável: desfrute de sua refeição (Romênia), coma com sua família (Venezuela), mantenha as dietas tradicionais (Benin), proteja o meio ambiente (Catar), compartilhe sua comida (Costa Rica) e não cozinhe demais a comida (Alemanha).
O Brasil propõe uma forma alternativa de agrupar os alimentos de acordo com seu nível de processamento e recomenda evitar alimentos ultraprocessados. Alguns guias também enfatizam a importância de proteger nossos recursos naturais e a biodiversidade da natureza, garantindo a segurança alimentar e nutricional de toda a população.
A FAO ajuda os países a formular, revisar e implementar seus guias alimentares. Como base em políticas nutricionais e programas educacionais, as diretrizes dietéticas ajudam as pessoas a adotar hábitos alimentares saudáveis e estilos de vida. Consulte o conselho do guia alimentar do seu país!
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Posted: 25 Jun 2019 12:30 PM PDT
Migrantes almoçam em abrigo na Guatemala, depois de serem deportados do México. Foto: UNICEF/Daniele Volpe
A chefe da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe ( CEPAL), Alicia Bárcena, defendeu neste mês (18) a criação de um espaço econômico compartilhado entre os países do norte da América Central — El Salvador, Guatemala e Honduras — e o México. Segundo a dirigente, a medida poderia mitigar as causas estruturais da migração na região, que incluem o crescimento econômico insuficiente e as elevadas desigualdades.
Um espaço econômico compartilhado, na visão de Alicia, deve promover o desenvolvimento sustentável e os ecossistemas produtivos, além de se concentrar nos fenômenos por trás dos fluxos migratórios. Entre as raízes do deslocamento, estão a violência, as disparidades salariais e o desemprego entre os jovens, o impacto das mudanças climáticas e a reunificação familiar.
A chefe da comissão defendeu a estratégia durante visita a Bruxelas para as Jornadas Europeia de Desenvolvimento 2019, realizadas em 18 e 19 de junho.
Alicia lembrou que, em média, nos países do norte da América Central, os 10% mais ricos ganham até 70 vezes mais do que os 10% mais pobres. Na sub-região, em torno de 362 mil jovens buscam ingressar no mercado de trabalho todos os anos, mas apenas 127 mil novos postos de trabalho são abertos.
De acordo com a CEPAL, a concepção de um espaço econômico compartilhado com o México deve incluir uma visão de desenvolvimento com foco ampliado em segurança humana, incluindo a segurança do emprego, da renda, da educação, da proteção social e dos meios de subsistência. O objetivo deveria ser garantir que a migração fosse uma opção e não, uma obrigação.
Ao lado de autoridades da Comissão e União Europeias e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Alicia apresentou o Plano de Desenvolvimento Integral para El Salvador, Guatemala, Honduras e México.
A dirigente explicou que o documento visa orientar ações para melhorar substancialmente a qualidade de vida da população. O planejamento conta com quatro eixos programáticos, acordados pelos quatro países. São eles desenvolvimento econômico; bem-estar social; sustentabilidade ambiental e gestão dos riscos; e gestão integral do ciclo migratório, com segurança humana.
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Posted: 25 Jun 2019 11:50 AM PDT
Os refugiados e solicitantes de refúgio, assim como os migrantes que vivem em São Paulo, participam de processos de consulta com o poder público para aprimorar as políticas de acolhimento e integração na maior metrópole da América do Sul. Foto: ACNUR/Luiz Fernando Godinho
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o escritório Mattos Filho selaram uma parceria de cooperação na última quarta-feira (19) que prevê o apoio do escritório de advocacia na assistência jurídica gratuita às pessoas em situação de refúgio em Brasília e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
O acordo prevê também, entre outras possibilidades de apoio, a orientação às organizações da sociedade civil parcerias do ACNUR e que atendam aos critérios para atendimento pro bono em temas relacionados a direito do terceiro setor.
No momento em que o ACNUR lança o relatório “Tendências Globais”, apresentando os novos dados em que mais de 70 milhões de pessoas se encontram em situação de deslocamento forçado, a parceria estabelecida reforça a importância da participação de diferentes atores, públicos e privados, na construção de soluções duradouras e de responsabilidade compartilhada sobre a temática.
“Sabemos que a resposta a situações de alta complexidade, como as que envolvem o campo humanitário, em específico as populações refugiadas, exige o engajamento de atores diversos que possam aportar conhecimentos, competências e estrutura na construção de soluções efetivas e de longo prazo”, afirmou o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas.
Para o sócio-fundador do Mattos Filho, Roberto Quiroga Mosquera, o acordo consolida o engajamento da empresa no âmbito da atuação em prol das pessoas refugiadas, pela garantia de seus direitos.
“A solenidade da assinatura do acordo de cooperação reafirma o nosso compromisso e formaliza a parceria que temos há mais de dois anos, quando a temática se tornou um dos pilares de nossa atuação pro bono”, disse Quiroga.
Na perspectiva do ACNUR, a ampliação de boas práticas no setor privado passa pela disseminação do exemplo por parte de empresas que assumem o protagonismo em seu campo de atuação.
Nesse sentido, o termo firmado com a Mattos Filho amplia a rede de apoio aos refugiados, consolidando a empresa como referência em seu campo de atuação na plataforma “Empresas com Refugiados”, uma iniciativa do ACNUR e do Pacto Global, com apoio da ONU Mulheres.
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Posted: 25 Jun 2019 11:42 AM PDT
Crianças na fila para refeição diária no Equador. Foto: Banco Mundial/Jamie Martin
Em viagem a Bruxelas, a chefe da Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe ( CEPAL), Alicia Bárcena, pediu neste mês (19) um aprofundamento da cooperação entre a região e o continente europeu, como meio para superar desigualdades e investir no desenvolvimento sustentável. Dirigente lembrou que 64% dos jovens latino-americanos são de famílias pobres ou vulneráveis e não conseguem ingressar na classe média consolidada.
Alicia foi à capital da Bélgica por ocasião das Jornadas Europeia de Desenvolvimento 2019. Durante o encerramento do evento, na última quarta-feira, a dirigente representou o secretário-geral da ONU, António Guterres, e fez um apelo em prol da juventude — fase da vida que, segunda a especialista, permanece invisível nas políticas públicas.
Lembrando que existem no mundo 1,8 bilhão de pessoas entre dez e 24 anos, Alicia ressaltou que a comunidade internacional “tem uma oportunidade sem precedentes de avançar rumo a um aprofundamento dos direitos sociais”.
A dirigente enfatizou que, em debates sobre políticas para os jovens, eles costumam ser pensados como objetos e não, como titulares de direito ou agentes do desenvolvimento e das trocas produtivas.
Na América Latina e Caribe, segundo Alicia, aproximadamente um em cada quatro indivíduos é um jovem com idade entre 15 e 29 anos. As pessoas nessa faixa etária somam em torno de 163 milhões de cidadãos latino-americanos e caribenhos.
Na avaliação da chefe da CEPAL, a juventude da região está numa encruzilhada — entre as promessas e os perigos de países cuja economia promissora está desacelerando, o que desafia o progresso social, político e econômico.
“Sessenta e quatro porcento dos jovens latino-americanos vivem em domicílios pobres ou vulneráveis e não conseguiram ingressar na classe média consolidada. Precisamos lhes dar postos de trabalho formais e bons serviços públicos se quisermos que (eles) confiem nas instituições”, afirmou Alicia.
A representante das Nações Unidas enfatizou ainda a necessidade de reduzir as desigualdades em todo o mundo, em todos os países e em todas as gerações. “Precisamos lutar contra as desigualdades e promover a liberdade e a dignidade”, ressaltou Alicia.
A comissária apontou que a desigualdade é uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, ao passo que a igualdade não apenas é um direito, mas também é eficiente do ponto de vista econômico, além de ser um imperativo ético e político.
Além de autoridades nacionais e de organismos multilaterais, participaram do encerramento lideranças jovens de países em desenvolvimento — entre elas, a brasileira Leticia Pinheiro Rizério Carmo, Mwala Mooto, da Zâmbia, e Rejoice Namale, do Malauí.
Cooperação internacional em prol do desenvolvimento e da igualdade
Durante as Jornadas Europeias, realizadas em 18 e 19 de junho, Alicia Bárcena apresentou o relatório Perspectivas econômicas da América Latina 2019: desenvolvimento em transição. O documento foi elaborado pela CEPAL em parceria com a Comissão Europeia, o Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
A dirigente explicou que esses organismos reconheceram as necessidades particulares que os países em processo de transição de faixa de renda enfrentam no campo da cooperação internacional. Por isso, desde 2017, as instituições começaram a promover uma nova narrativa — que reinterpreta o conceito de desenvolvimento e busca fortalecer o papel da cooperação.
“A essa nova narrativa, demos o nome de desenvolvimento em transição”, explicou Alicia, que acrescentou que a cooperação internacional é um facilitador do desenvolvimento, mas precisa funcionar de forma adaptável às capacidades de cada país em determinadas áreas.
Assim, segundo a chefe da CEPAL, a colaboração entre os países pode ajudá-los na implementação de suas prioridades nacionais e no alinhamento dessas prioridades com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS).
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Posted: 25 Jun 2019 11:34 AM PDT
Foto: Flickr/Joe Gratz (CC)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) sediará a partir de quarta-feira (26) o VI Seminário de Planejamento Estratégico Sustentável do Poder Judiciário, em Brasília (DF). Durante o evento, que ocorre até quinta-feira (27), será assinado um memorando de entendimento entre o STJ e ONU Meio Ambiente.
De acordo com o presidente do tribunal, ministro João Otávio de Noronha, o seminário será uma oportunidade para demonstrar na prática o comprometimento da corte com o desenvolvimento sustentável.
“O STJ é referência nas ações de desenvolvimento sustentável, e estamos sempre buscando novas formas de avançar. O planejamento estratégico sustentável significa fazer mais com menos recursos e fazer mais sem destruir o meio ambiente.”
O ministro lembrou que o evento faz parte de um esforço institucional para integrar o STJ à Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, afirmou que o evento simboliza a ampliação da agenda ambiental no Brasil, e destacou o papel do tribunal nesse contexto.
“O STJ tem sido um ator importante na disseminação e aplicação da agenda ambiental no país, implementando ações nas áreas de compras públicas sustentáveis, eficiência energética, eficiência no uso dos transportes, entre outras.”
A representante da agência ambiental da ONU também destacou que o seminário traz um portfólio de boas práticas de sustentabilidade no setor ,público e é um forte exemplo do comprometimento do Judiciário brasileiro com o meio ambiente.
“É com satisfação que assinaremos um memorando de entendimento com o STJ em um evento dessa relevância, para continuarmos cooperando para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no uso eficiente de recursos naturais e na capacitação de servidores públicos nessas agendas”, concluiu.
Ao longo do seminário, magistrados, especialistas em meio ambiente, gestores públicos e pesquisadores debaterão assuntos como a internalização dos objetivos globais no Judiciário e a transversalidade das políticas públicas ambientais como fator de eficiência na administração pública.
Para o ministro Noronha, o momento atual é propício para a discussão desses temas, tendo em vista os desafios enfrentados. “A realidade que se impõe ao gestor é um cenário de recursos financeiros e humanos escassos frente a uma demanda crescente. O planejamento sustentável das ações, além de fornecer respostas para esses problemas, também cumpre o seu objetivo principal que é a preservação de nosso planeta para gerações futuras.”
Sobre o evento
O VI Seminário de Planejamento Estratégico Sustentável do Poder Judiciário será realizado no auditório do STJ, localizado no Setor de Administração Federal Sul (SAFS), Quadra 6, Lote 1, Trecho 3, em Brasília.
O evento é organizado pela Assessoria de Gestão Socioambiental do STJ. As inscrições podem ser feitas on-line. Confira a programação do evento. Mais informações pelo telefone (61) 3319-6206 ou pelo email stj.socioambiental@stj.jus.br.
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Posted: 25 Jun 2019 11:14 AM PDT
O relatório analisou como as mulheres são afetadas pelas mudanças que estão ocorrendo nas famílias. Foto: UNFPA/Solange Souza
Ao longo das últimas décadas, os direitos das mulheres avançaram no mundo todo. No entanto, em muitas famílias ainda ocorrem violações fundamentais dos direitos humanos e persistentes desigualdades de gênero, de acordo com o novo relatório “O progresso das mulheres no mundo 2019-2020: Famílias em um mundo em mudança”, publicado pela ONU Mulheres nesta terça-feira (25).
“Em todo o mundo, estamos percebendo esforços concentrados destinados a limitar a capacidade das mulheres de agir e restringir o direito delas de tomar suas próprias decisões, em nome da proteção dos ‘valores familiares’. No entanto, com base em nossa pesquisa e nas evidências disponíveis, sabemos que não existe uma forma de família ‘normal’ e que, de fato, nunca existiu”, disse a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.
“Este relatório desafia esse movimento, demonstrando que as famílias, em toda a sua diversidade, podem ser defensoras cruciais da igualdade de gênero toda vez que as pessoas responsáveis de tomar decisão promovam políticas genuinamente baseadas nas formas atuais de vida, estabelecendo um lugar central aos direitos das mulheres.”
Com base em dados globais, análises inovadoras e estudos de caso, o relatório mostrou a diversidade de famílias em todo o mundo e ofereceu sólidas recomendações para garantir que as leis e políticas ajudem as famílias de hoje a responder às necessidades de todos os seus membros, especialmente mulheres e meninas. O estudo também incluiu uma análise do custo sobre a implementação de tais políticas.
Entre as tendências observadas, destacam-se:
– A idade do casamento aumentou em todas as regiões, enquanto as taxas de fertilidade diminuíram e as mulheres ganharam autonomia econômica. – Globalmente, pouco mais de um terço de todas agregadas e agregados familiares (38%) são constituídos por casais com filhas e filhos; famílias extensas também são muito comuns, o que inclui outros e outras parentes e representam 27% do total. – A maioria das famílias com apenas uma pessoa responsável (representando 8% de todos os agregados familiares) é chefiada por mulheres, que têm muitos problemas para conciliar o trabalho remunerado, criar os filhos e filhas e o trabalho doméstico não pago. Em todas as regiões, as famílias formadas por casais homossexuais são cada vez mais visíveis.
O relatório mostra que as famílias podem ser espaços de cuidado, mas também de conflito, desigualdade e, com demasiada frequência, também de violência. Atualmente, 3 bilhões de mulheres e meninas vivem em países onde o estupro no casamento não é explicitamente tipificado como crime. Mas a injustiça e as violações também assumem outras formas.
Em um em cada cinco países, as meninas não têm os mesmos direitos de herança que os meninos, enquanto em outros (especialmente em 19 países), as mulheres são obrigadas por lei a obedecer seus maridos. Cerca de um terço das mulheres casadas que vivem em países em desenvolvimento dizem que têm pouco ou nada a dizer sobre seus próprios cuidados de saúde.
A incorporação das mulheres ao mercado de trabalho continua a crescer significativamente, mas o casamento e a maternidade reduzem as taxas de participação no mercado de trabalho e, portanto, de renda e benefícios associados à participação.
No mundo inteiro, pouco mais da metade das mulheres com idades entre 25 e 54 anos são economicamente ativas, proporção que sobe para dois em cada três no caso de mulheres solteiras. Por sua vez, 96% dos homens casados estão economicamente ativos, de acordo com os dados do novo relatório. Uma das principais causas destas desigualdades é que as mulheres continuam a realizar trabalho doméstico triplo e cuidados não remunerados do que os homens, na ausência de cuidados acessíveis.
O relatório apontou alguns elementos positivos em termos de licença parental, pois o acesso de pais a esse benefício tem aumentado, sobretudo em países em que existem incentivos específicos, tais como quotas para pais -, que reservam a eles uma parte intransferível da licença; se esta não for usada, será perdida.
O documento também destacou os desafios que as mulheres e suas famílias enfrentam quando migram. Uma lei injusta implica que nem todas as famílias têm o direito ao reagrupamento familiar e, boa parte delas, está excluída do acesso a serviços públicos. Quando a condição migratória das mulheres está ligada a seus parceiros, pode ser muito difícil ou impossível para elas escaparem de relacionamentos violentos.
O relatório inclui uma chamada destinada a pessoas responsáveis pela formulação de políticas, ativistas e qualquer pessoa que possa transformar famílias em instâncias de igualdade e de justiça, em que todas as mulheres tenham voz e capacidade de escolha, além de ter garantida a sua segurança física e econômica.
Algumas das recomendações que são levantadas no relatório para alcançar este objetivo incluem:
– Modificar e reformar as leis sobre a família para garantir que as mulheres possam escolher se querem casar, quando e com quem; que contemplam a possibilidade de divórcio se necessário; e que permitam que as mulheres acessem os recursos da família; – Reconhecer as diferentes formas de união, a fim de proteger os direitos das mulheres, tanto aquelas que vivem com seus parceiros quanto aquelas que vivem em união homossexual; – Investir nos serviços públicos, especialmente educação e cuidados de saúde reprodutiva, de modo a aumentar as expectativas de vida de mulheres e meninas e para que estas possam tomar decisões com conhecimento de causa sobre a sua vida sexual; – Considerar a possibilidade de implementar a licença parental remunerada e fornecer apoio estatal para o cuidado de meninas e meninos e de pessoas idosas, incluindo o desenho de sistemas de proteção social que possam ajudar a sustentar as famílias; – Garantir a segurança física das mulheres por meio da implementação de leis e políticas destinadas a eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas, e fornecer acesso à Justiça e a serviços de apoio a sobreviventes de violência.
Como parte de uma análise realizada para este relatório foi constatado que a maioria dos países poderia implementar um pacote de políticas de apoio econômico, mesmo ao longo da vida, atenção à saúde e serviços de cuidados para crianças e pessoas idosas por um custo inferior a 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB).
Garantir que as famílias sejam instâncias de igualdade e justiça não é somente um imperativo moral, mas também essencial para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda mais ampla do mundo destinada a garantir o progresso humano, lembrou a ONU Mulheres.
Os principais dados e números incluídos no relatório podem ser encontrados aqui (ficha de dados).
Antecedentes
A série de relatórios “O Progresso das Mulheres no Mundo” é uma pesquisa temática periódica sobre os direitos das mulheres desde o ano 2000. O seu objetivo é promover mudanças nas leis, políticas e programas e criar um ambiente favorável para que mulheres e meninas possam realizar os seus direitos.
“O Progresso das Mulheres no Mundo 2019-2020” coincide com a campanha “Geração da Igualdade: por direitos das mulheres e um futuro de igualdade” que antecede a comemoração do 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim de 1995, considerada uma das agendas mais visionárias para o empoderamento de mulheres e meninas em todo o mundo. Apesar de alguns progressos, ainda existem inúmeros desafios para os direitos das mulheres.
Clique aqui para acessar o resumo executivo do relatório.
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Posted: 25 Jun 2019 10:32 AM PDT
Lixo plástico ao longo da costa de Cingapura. Foto: Flickr (CC)/vaidehi shah
O plástico é tão comum em nossas vidas que nem percebemos mais — é conveniente, barato e onipresente. A infeliz verdade é que mais de 70% do plástico que usamos não é reciclado e grande parte desse lixo é arrastado de nossas praias para os oceanos ou é levado das ruas para os rios. Estima-se que, atualmente, 5 trilhões de unidades de plástico flutuem em nossos oceanos.
A maioria dos plásticos tem dimensões visíveis, mas há outro tipo se infiltrando em nossos ecossistemas, o que pode facilmente passar despercebido. Trata-se dos microplásticos, ou pequenas partículas e fibras de plástico geralmente medindo menos de cinco milímetros.
Originalmente, os microplásticos resultavam da quebra física de plásticos maiores, como sacolas plásticas, embalagens de alimentos ou cordas. No entanto, mais recentemente, houve um aumento na fabricação de microplásticos, como pós e abrasivos domésticos ou industriais. Este fenômeno expandiu a ocorrência de plásticos em nossos ambientes e em nossos mares.
Os microplásticos já foram encontrados em vários tipos de alimentos humanos (por exemplo, cerveja, mel e sal de mesa). No entanto, a maioria dos estudos científicos examinou microplásticos em frutos do mar. Embora os filés de peixe e os peixes grandes sejam dois dos principais produtos de pesca consumidos, eles não são uma fonte significativa de microplásticos porque o intestino, onde a maioria dos microplásticos é encontrada, não é normalmente consumido.
Espécies de peixes pequenos, crustáceos e moluscos, por outro lado, são frequentemente comidos inteiros. Estas são áreas potenciais de preocupação quando se fala de nossa exposição alimentar a microplásticos e substâncias químicas associadas. Até agora, as implicações para a saúde dos microplásticos em humanos parecem insignificantes. No entanto, mais pesquisas precisam ser feitas.
Independentemente das descobertas, já sabemos que nosso uso de plástico está aumentando e que está prejudicando nossa vida marinha. Golfinhos e baleias estão sendo apanhados em redes de plástico descartadas; As tartarugas estão comendo sacos de plástico e morrendo de bloqueios dentro de seus sistemas digestivos. Animais marinhos estão perecendo em nosso lixo. Mas podemos virar a maré sobre o uso de plástico.
1. Evite plásticos de uso único
Noventa por cento do plástico que usamos em nossas vidas diárias é descartável ou de uso único: sacolas de compras, envoltório de plástico, sacos com zíper, tampas de xícara de café. Os plásticos de uso único são particularmente prejudiciais, considerando que um único saco plástico pode levar 1 mil anos para se degradar.
Esses plásticos também podem se degradar em microplásticos, pedaços menores que são frequentemente confundidos como alimento por mamíferos, aves ou peixes. Simplesmente perceber a prevalência de plástico em nossas vidas é o primeiro passo para substituir plásticos de uso único com opções reutilizáveis: sacos de pano, recipientes de armazenamento de vidro, talheres, canecas de cerâmica.
2. Reconhecer microplásticos disfarçados
Muitos cosméticos e produtos de beleza contêm “esfoliantes” que são, na verdade, pequenas contas de plástico. Esses microplásticos podem parecer inofensivos, mas é precisamente por causa de seu tamanho que eles podem deslizar pelas estações de tratamento de água e acabar no oceano, onde os peixes muitas vezes os confundem com comida. Experimente esfoliantes naturais, como aveia ou sal, em vez disso.
3. Leve uma garrafa de água reutilizável
Garrafas descartáveis de água e refrigerante são alguns dos maiores culpados pelos resíduos plásticos. Mais de 480 bilhões de garrafas plásticas foram vendidas em todo o mundo em 2016. Se colocadas de ponta a ponta, estender-se-iam mais da metade do caminho até o sol! Beba em garrafas reutilizáveis. Em lugares onde a água é segura para beber, você pode facilmente encher sua garrafa.
4. Diga não a talheres de plástico, canudos, retire recipientes
Às vezes nos é dado plástico sem sequer pedirmos por isso. Recuse a oferta por canudo. Peça aos restaurantes para embalar sua comida em menos recipientes para levar. Diga-lhes que não precisa de talheres de plástico e use os seus próprios talheres reutilizáveis.
5. Reciclar
Isso pode parecer óbvio, mas a maioria dos plásticos que usamos não é reciclada. Onde a opção existir, assegure-se de que o plástico que você usa seja reciclado, mas lembre-se, é mais fácil prevenir o desperdício do que gerenciá-lo.
Promover a sustentabilidade dos oceanos, rios, pesca e práticas de piscicultura é uma prioridade para a FAO. Estima-se que 10% a 12% da população mundial dependa da pesca e da aquicultura para sua subsistência.
O consumo de peixe per capita subiu de 10 quilos nos anos 1960 para mais de 20 quilos em 2016, o que significa que a demanda por frutos do mar está aumentando, mesmo que os recursos sejam cada vez mais ameaçados. A conveniência do plástico realmente vale o futuro dos oceanos e da vida marinha? Vamos proteger nossos lagos, rios e oceanos da poluição e seus impactos na vida aquática.
Há tantos fatores, como a redução do plástico, que contribuem para um futuro seguro para os alimentos. Todos nós dependemos de alimentos seguros, saudáveis e nutritivos, e o peixe é um componente importante de dietas saudáveis e segurança alimentar em todo o mundo. A boa notícia é que nossas ações fazem a diferença. Todos nós podemos ajudar a criar um mundo #FomeZero até 2030.
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Posted: 25 Jun 2019 10:16 AM PDT
Arte: UNAIDS
Acelerar o progresso rumo à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres é fundamental para acabar com a epidemia de AIDS. E as ações começam dentro do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Em 2018, o UNAIDS lançou seu Plano de Ação sobre Gênero 2018-2023 com o objetivo de melhorar a eficácia do UNAIDS promovendo a liderança feminina em toda a organização e assegurando que todos os funcionários, mulheres e homens, estejam cientes das questões que aumentam o risco de infecção pelo HIV em mulheres.
O primeiro relatório anual de progresso do Plano de Ação sobre Gênero 2018-2023 mostrou o avanço, embora haja muito a ser feito. “O Plano de Ação sobre Gênero é uma ferramenta para a mudança”, disse a diretora-executiva interina do UNAIDS, Gunilla Carlsson.
“Com base no progresso impressionante alcançado apenas no primeiro ano de implementação, é fundamental manter o ritmo e sustentar as conquistas ao longo do tempo.”
Das 30 ações determinadas para alcançar as quatro metas estabelecidas no Plano de Ação sobre Gênero em cinco anos, o UNAIDS avançou com sucesso em 20 delas nos primeiros 12 meses.
“O Plano de Ação sobre Gênero é importante porque se trata de igualdade, equilíbrio, justiça e equidade”, disse a assessora comunitária regional da equipe de apoio do UNAIDS em Dacar, Helene Badini.
O plano inclui oportunidades de treinamento e mentoria, objetivos de trabalho obrigatórios relacionados a gênero e apoio em toda a organização. “Todos os funcionários do meu escritório têm um objetivo de aprendizado sobre gênero e eu faço trabalho de advocacy contra qualquer violência baseada no gênero”, afirmou a diretora do UNAIDS no Gabão, Françoise Ndayishimiye.
“Além disso, como membro da UN+, gosto de estar conectada com outras mulheres vivendo com HIV que trabalham no UNAIDS para unir nossos pontos fortes e agir em conjunto”, acrescentou ela.
Na região da África Ocidental e Central, a maioria dos funcionários do UNAIDS são homens e metade dos diretores de país são mulheres, responsáveis por liderar equipes pequenas em uma região que enfrenta uma das epidemias de AIDS que mais crescem no mundo e desafios severos relacionados à segurança, desastres humanitários e naturais.
Marie Engel, assessora regional de programa do UNAIDS em Dacar acredita que “ter uma rede de colegas mulheres é uma ferramenta poderosa e única para promover a liderança feminina, e é por isso que estou facilitando a colaboração entre a Aliança da África Ocidental e Central do Programa de Liderança Feminina.”
O Plano de Ação lembra que a igualdade de gênero é um direito humano e fundamental para o desempenho e a efetividade do UNAIDS. A importância de promover a igualdade de gênero, inclusive por meio da conquista da paridade de gênero, é agora reconhecida em maior escala.
O plano, que é focado nos funcionários, traduz-se rapidamente em ação programática. Na República Democrática do Congo, por exemplo, o UNAIDS ajuda mulheres envolvidas em redes de pessoas vivendo com HIV da sociedade civil a desenvolver suas habilidades e reduzir a auto-discriminação e o auto-estigma.
Os membros da rede viajaram para Nova Iorque em 2018 para participar da Comissão sobre as Condições das Mulheres para compartilhar suas experiências. A mulher responsável por este trabalho é Natalie Marini Nyamungu, conselheira em direitos humanos e igualdade de gênero do escritório do UNAIDS no Congo.
“Desenvolvi habilidades que me permitiram criar um ambiente de trabalho positivo com igualdade e respeito à diversidade em sua essência, sem discriminação ou preconceito”, disse Natalie.
“Eu também ajudei nossos parceiros da sociedade civil a desenvolver novas habilidades, recursos e a autoconfiança que eles precisavam para impulsionar sua própria liderança.”
Apoiar a liderança das mulheres é fundamental para o Plano de Ação sobre Gênero. A experiência da equipe feminina do UNAIDS mostrou que a liderança é um processo de influência, não apenas uma posição na hierarquia organizacional.
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Posted: 25 Jun 2019 10:06 AM PDT
Paraty. Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão
O Comitê do Patrimônio Mundial irá examinar 36 indicações para inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) durante sua 43ª sessão, que acontece em Baku, capital do Azerbaijão, de 30 de junho a 10 de julho, sob a presidência de Abulfas Garayey, Ministro da Cultura do país.
O Comitê também irá examinar o estado de conservação de 166 sítios que já estão inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, 54 dos quais também se encontram na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo.
As novas inscrições na Lista estão agendadas para começar em 5 de julho. Entre as candidaturas, está uma do Brasil: Paraty – Cultura e Biodiversidade.
Os sítios indicados, na ordem* em que serão debatidos na reunião, são estes:
Sítios naturais
Santuários de Pássaros Migratórios ao longo da Costa do Mar Amarelo – Golfo Bohai da China (Fase 1) (China) Florestas Hyrcanian (República Islâmica do Irã) Complexo Florestal Kaeng Krachan (Tailândia) Terras e Mares Austrais Franceses (França) Alpes do Mediterrâneo – Alpes de la Méditerrané (França/ Itália/ Mônaco) Parque Nacional Vatnajökull – natureza dinâmica do fogo e do gelo (Islândia) Sítios mistos:
Patrimônio Cultural e Natural da região de Ohrid [extensão do Patrimônio Natural e Cultural da região de Ohrid, Macedônia do Norte] (Albânia) Paraty – Cultura e Biodiversidade (Brasil)
Sítios culturais
Sítio antigo de metalurgia de ferro (Burkina Faso) Montes de Enterro de Dilmun (Bahrein) Babilônia (Iraque) Paisagem Cultural Budj Bim (Austrália) Ruínas Arqueológicas da Cidade de Liangzhu (China) Cidade de Jaipur, Rajasthan (Índia) Patrimônio da Mina de Carvão Ombilin de Sawahlunto (Indonésia) Grupo Mozu-Furuichi Kofun: Tumbas do Antigo Japão (Japão) Sítio megalítico de Jar em Xiengkhuang – Planície de Jars (Laos) Bagan (Myanmar) Seowon, Academias Neoconfucionistas Coreanas (República da Coreia) Estrada de Alpinos Altos Großglockner (Áustria) Fronteira do Império Romano – Os Limes do Danúbio (Áustria / Alemanha/ Hungria/ Eslováquia) Escritas na Pedra/ Áísínai’pi (Canadá) Região de Minas Erzgebirge/Krušnohoří (República Tcheca/ Alemanha) Paisagem para Criação e Treinamento de Cavalos de Transporte Cerimonial em Kladruby nad Labem (República Theca) Sistema de Gestão Hídrica de Augsburg (Alemanha) Região de mineração pré-histórica de silício listrado de Krzemionki (Polônia) Edifício Real do Palácio de Mafra, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Parque de Caça (Tapada) (Portugal) Santuário Bom Jesus do Monte em Braga (Portugal) Monumentos da Antiga Pskov (Federação Russa) Paisagem Cultural de Risco Caído e as Montanhas Sagradas de Gran Canaria (Espanha) Observatório do Banco Jodrell (Reino Unido) Centro Histórico de Sheiki com o Palácio de Khan (Azerbaijão) Le Colline del Prosecco di Conegliano a Valdobbiadene (Itália) Arquitetura do Século XX de Frank Lloyd Wright (Estados Unidos da América) Cidade Submersa de Porto Real – Uma relíquia e uma paisagem cultural contínua (Jamaica) Rota Colonial Transístmica do Panamá (Panamá)
Sítios que podem ser incluídos na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo
O Surdarbans (Bangladesh) Cidade Antiga de Nessebar (Bulgária) Patrimônio Natural e Cultural da região de Ohrid (Albânia / Macedônia do Norte) Ilhas e Áreas Protegidas do Golfo da Califórnia (México) Vale de Katmandu (Nepal) Babilônia (Iraque) Sítios a serem examinados para possível retirada da Lista do Patrimônio em Perigo:
Local de Nascimento de Jesus: Igreja de Natividade e a Rota de Peregrinação, Belém (Palestina) Salitre de Humberstone e Santa Laura (Chile)
O Comitê do Patrimônio Mundial é composto por representantes de 21 Estados-partes da Convenção do Patrimônio Mundial que se reúnem anualmente. O Comitê é responsável pela implementação da Convenção.
Até hoje, 1.092 sítios em 167 países já foram inscritos na Lista do Patrimônio Mundial.
Os debates da 43ª sessão serão transmitidos ao vivo.
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*A ordem pode ser alterada
O Comitê irá se reunir no Centro de Congressos de Baku.
Jornalistas que queriam cobrir a reunião devem se credenciar pelo link: https://43whcbaku2019.az/en/
Todos os documentos relativos à sessão estão disponíveis online.
Siga o Comitê do Patrimônio Mundial no Twitter pela hashtag #WorldHeritage
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Posted: 25 Jun 2019 09:42 AM PDT
A funcionária da Nestlé Juliana Oliveira. Foto: Linkedin/Reprodução
A funcionária da Nestlé Juliana Oliveira representará o Brasil na disputa por um prêmio de reconhecimento do Pacto Global das Nações Unidas a futuros líderes empresariais.
A turma de 2019 do SDG Pioneers será um grupo seleto de jovens de até 35 anos que estão participando de iniciativas que contribuem para traçar um caminho rumo à agenda global de sustentabilidade.
A brasileira participa da disputa após ter sido premiada no Prêmio ODS Pacto Global, competindo com mais três finalistas na categoria Jovem Profissional.
Juliana se tornou uma inspiração para a empresa após conscientizar seus colegas sobre o uso de canecas no lugar de copos plásticos. A ideia foi propulsora de uma campanha comandada pelo setor de Recursos Humanos da Nestlé que resultou na economia de 1 milhão de copos plásticos por mês no ambiente de trabalho.
Por conta da ação, Juliana foi convidada para participar do Grupo de Trabalho de Canudos. Hoje, os canudinhos prontos de Nescau Prontinhos são recicláveis, feitos de papel. A ação também se desdobrou em um projeto-piloto (#JOGAJUNTO) e em um prêmio de 50 mil dólares para start-ups que mitiguem e reduzam o impacto dos canudos de plástico. Conheça melhor essa história.
A jovem profissional foi escolhida por uma equipe de jurados independentes do Prêmio ODS Pacto Global, que se baseou em critérios definidos pela consultoria PWC.
O resultado contou com auditoria da empresa. Agora, Juliana espera com os indicados de outras redes locais o anúncio dos SDG Pioneers durante a 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, em Nova Iorque.
Última Edição
Em 2018, mais de 150 indicações para o reconhecimento dos SDG Pioneers foram recebidas, vindas de mais de 50 países.
Dessas, houve a seleção de dez líderes empresariais. Um deles foi a brasileira Danielle Pieroni, da Foxtime, que participou da criação e implementação do projeto da Rede Brasil que insere mulheres refugiadas no mercado de trabalho do Brasil – Empoderando Refugiadas.
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Posted: 25 Jun 2019 08:29 AM PDT
Clique para exibir o slide.Uma conferência internacional realizada em junho em Lima, no Peru, para promover diálogo e troca de experiência sobre como gerar as condições apropriadas para o desenvolvimento de parques industriais foi organizada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), pela Associação Nacional das Indústrias (SNI) do Peru e pelo Ministério da Produção do país.
O evento “Parques Industriais para o Desenvolvimento Industrial Inclusivo e Sustentável” foi inaugurada por LI Yong, diretor-geral da UNIDO; Rocío Barrios, ministro de Produção do Peru; e Ricardo Márquez Flores, presidente da SNI.
Mais de 700 participantes de 30 países de América Latina, África, Ásia e Europa ouviram as palestras de 60 painelistas internacionais e nacionais, incluindo representantes de governos de Peru, Argentina, Etiópia e Indonésia, entre outros. Durante os dois dias de discussões (11 e 12 de junho), os participantes compartilharam melhores práticas e lições aprendidas sobre gestão e desenvolvimento de parques industriais, e como apresentá-los como um modelo de sucesso a ser replicado no mundo todo.
Os parques industriais têm sido reconhecidos como poderosas ferramentas para impulsionar o desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável para países em desenvolvimento e economias de média renda. Quando planejados de maneira apropriada, eles oferecem uma oportunidade única de atender as três dimensões do desenvolvimento sustentável: equidade social, crescimento econômico e proteção ambiental, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Nossa presença coletiva nesta conferência impulsionará o diálogo sobre a agenda de desenvolvimento dos parques industriais e sobre a visão futura do desenvolvimento industrial, alinhada aos ODS, e particularmente o ODS 9”, disse o diretor-geral da UNIDO, na abertura da conferência, referindo-se ao objetivo global que trata de indústria, inovação e infraestrutura.
O evento foi organizado no âmbito do PCP Peru, um programa da UNIDO implementado pelo Ministério da Produção desde 2018 para acelerar o desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável. “Esta conferência é um passo importante para a promoção dos parques industriais nos níveis regional e global”, disse a gerente do Programa de Parceria de País (PCP) Peru da UNIDO, Petra Schwager.
A conferência também fez parte da Semana da Indústria 2019, organizada pela SNI para seu 123º aniversário. Nesse contexto, as visitas a unidades industriais em Lima e nas províncias do país foram organizadas pela associação, assim como para Fóruns Regionais em Arequipa, Huancayo, Chiclayo e Pucallpa. Ricardo Márquez, da SNI, destacou que “os parques industriais geram resultados positivos para as pessoas, como a criação de empregos, crescimento de renda, proteção ambiental e novas oportunidades para comunidades vulneráveis, incluindo para as mulheres”.
A reunião também foi uma oportunidade para LI Yong reafirmar o compromisso da UNIDO com diversos projetos de desenvolvimento em andamento no país.
Reuniões construtivas foram realizadas com representantes nacionais, como o ministro da Produção peruano, Rocio Barrios, a ministra do Meio Ambiente, Lucia Ruiz, e o vice-ministro da Economia e Finanças, Michel Terreros, assim como com organizações parceiras, como o Secretariado de Estado para Assuntos Econômicos da Confederação Suíça (SECO), com o objetivo de colaborar com a implementação de projetos de desenvolvimento, incluindo o fortalecimento da qualidade do café e do cacau exportados pelo Peru e o desenvolvimento de parques eco-industriais no país — uma iniciativa que promove o desenvolvimento de infraestruturas produtivas sustentáveis.
Durante a conferência, um evento paralelo — “Impulsionando a Cooperação Sul-Sul e Triangular para o Desenvolvimento de Parques Industriais Inclusivos e Sustentáveis” — também foi realizado. Ele ofereceu uma oportunidade de explorar o potencial para criar sinergias e estabelecer potenciais colaborações para o desenvolvimento de parques industriais no futuro no âmbito da Cooperação Industrial Sul-Sul e Triangular.
O Ministério da Produção do Peru está agora planejando uma Estratégia Nacional para Parques Industriais, baseada em trabalhos anteriores de identificação, criação de conceito e de princípios-base elaborados em conjunto com a UNIDO. O ministério também busca desenvolver diretrizes legais para os parques industriais.
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Posted: 25 Jun 2019 07:54 AM PDT
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