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06 de julho de 2014 • 19h47
Israelense confessa envolvimento em morte de jovem palestino
Um dos seis israelenses detidos
neste domingo pelas forças de segurança por conta do assassinato do
jovem palestino Mohamad Abu Jedeir, queimado vivo nesta semana em
Jerusalém, confessou seu envolvimento no crime e acusou o restante dos
envolvidos, informou site Ynet.
De acordo com fontes policiais e de inteligência citadas
pelo veículo, os suspeitos são jovens, alguns deles menores de idade,
procedentes da cidade israelense de Beit Shemesh, próxima a Jerusalém, e
da colônia judaica de Adam, na parte ocupada da Cisjordânia.
As fontes policiais acrescentaram que o crime teria sido
cometido como vingança ao assassinato de três jovens israelenses,
encontrados mortos na última segunda-feira na cidade palestina de Hebron
depois de 19 dias desaparecidos.
De acordo com informações reveladas durante a
investigação, os detidos também estão relacionados com a tentativa de
sequestro de uma criança de 9 anos (Moussa Zalum), que foi raptada no
bairro árabe de Beit Hanina, em Jerusalém, no dia anterior ao
desaparecimento e assassinato de Mohamad Abu Jedeir.
O corpo carbonizado do adolescente de 16 anos foi
encontrado na última quarta-feira em uma floresta ao oeste de Jerusalém.
O mesmo teria sido raptado horas antes no bairro de Shuafat, situado na
parte oriental da cidade santa.
Um tribunal ditou prisão preventiva de oito dias para
cinco dos seis detidos, embora as autoridades tivessem pedido um prazo
de duas semanas. Já o sexto acusado deverá permanecer preso por cinco
dias.
Os seis israelenses detidos são acusados de afiliação a
grupo terrorista, pertinência a um movimento ilegal, assassinato,
conspiração criminosa, posse de armas e munição e de cometer um delito
por motivações raciais.
A investigação também revelou que o assassinato de Abu Jedeir foi cometido com premeditação e injúria.
A principal evidência é o veículo que os suspeitos
usaram para o sequestro, que a polícia conseguiu localizar e que tinha
sido registrado pelas câmeras de segurança da área.
No sábado, o procurador-geral palestino, Mohamad Abdel
Ghani Uweili, revelou os resultados preliminares da autópsia, os quais
indicavam que Mohamad havia sido atingido na cabeça e queimado vivo
pelos agressores.
Também veio à tona o fato de dois policiais israelenses
terem armado uma surra em Tareq Jedeir, primo de Mohamad, e de ter
detido o mesmo durante algumas horas sem acusações, apesar da gravidade
de seus ferimentos.
Tareq, que tem nacionalidade americana e estava em
Jerusalém de férias, foi posto em liberdade condicional hoje após pagar
uma fiança de 3 mil shekels (600 euros) e de se comprometer a não pisar
mais em Shuafat. O jovem também não sabe se poderá retornar ao seu país
na data prevista, explicou sua família à Agência Efe.
A imprensa israelense informou que abriu uma
investigação contra dois agentes de fronteira, os quais aparecem em um
vídeo arrastando um jovem em Shuafat.
No sábado, o pai de Mohamad pediu ao primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, que destrua a casa dos culpados, assim
como fez com a da família dos dois supostos autores do assassinato dos
três estudantes judeus.
Em entrevista à imprensa, o pai de Mohamad disse que
deseja um castigo igual ao da família Qawasme, cujos membros são
acusados pelo assassinato de Eyal Yifrach, Gilad Sha'er e Naftali
Fraenkel, dois deles também menores.
Após o enterro dos três jovens israelenses, dezenas de
ultranacionalistas judeus saíram às ruas de Jerusalém aos gritos de
"vingança" e "morte aos árabes", enquanto alguns funcionários palestinos
foram agredidos no centro da cidade.
Nesta semana, grupos de colonos radicais judeus atacaram
várias pessoas na Cisjordânia ocupada, onde palestinos também se
voltaram contra israelenses.
Diante desta onda de ataques, o presidente de Israel,
Shimon Peres, e Netanyahu foram à televisão pedir publicamente à
população de seu país para não provocar e não fazer justiça com as
próprias mãos.
EFE - Agencia
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