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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

DÍALOGO ENTRE CATÓLICOS E ORTODOXOS PASSA POR MOSCOU E NÃO ISTAMBUL

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Diálogo entre Católicos e Ortodoxos passa por Moscovo e não por Istambul

A visita do Papa Francisco a Istambul e os seus encontros com o Patriarca de Constantinopla não permite criar ilusões: a chave para a aproximação entre católicos e ortodoxos está em Moscovo.
Durante a sua visita à Turquia, o Papa Francisco fez vários gestos simbólicos e lançou apelos ao diálogo entre católicos e ortodoxos, que parecem ter sido ouvidos e apoiados pelo Patriarca de Constantinopla Bartolomeu, mas o problema é que a chave do diálogo entre essas duas correntes cristãs está nas relações entre Moscovo e o Vaticano. A Igreja Ortodoxa Russa é a mais numerosa quanto ao número de membros e quanto à influência política na Rússia.
Não foi por acaso que o Papa Francisco, na viagem de avião de regresso a Roma, declarou aos jornalistas: “Eu disse que vou aonde for necessário, chamai-me e eu vou. Ele [Kirill, Patriarca russo] manifestou o mesmo desejo”. Porém, a realização deste desejo enfrenta sérios obstáculos.
Não obstante o Papa Francisco ser mais “aceitável” para o clérigo ortodoxo russo, pois não é eslavo como João Paulo II e é “menos agressivo” no que respeita ao “proselitismo católico na Rússia”, a guerra na Ucrânia voltou a reacender ódios e inimizades também no campo religioso.
Grosso modo, os cristãos na Ucrânia estão divididos entre três grandes grupos: os ortodoxos que se mantêm fiéis ao Patriarcado de Moscovo, os ortodoxos que se reúnem em torno da Igreja Ortodoxa Ucraniana e os uniatas (católicos de rito oriental).
Quando da cerimónia da proclamação da “adesão da Crimeia à Rússia”, realizada no Kremlin com pompa e circunstância e na presença de altos dignitários políticos e religiosos, o Patriarca Kirill teve a sabedoria de estar ausente, pois isso contribuiria para afastar muito do rebanho ortodoxo ucraniano da Igreja Ortodoxa Russa.
Porém isso não faz com que, ao nível de bases, a guerra no Leste da Ucrânia esteja desprovida do “factor religioso”. São muitos os ucranianos que veem na Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo um “agente” do Kremlin e apoiante dos separatistas. Nos territórios ocupados da Ucrânia, grande parte dos ortodoxos não esconde a sua simpatia pró-russa. Como resultado, todos os grupos religiosos tentam tirar dividendos desta crise. Na parte ocidental e central do país, observa-se uma passagem de paróquias do Patriarcado de Moscovo para as Igrejas Ortodoxa Ucraniana e Uniata, e vice-versa na parte oriental.
É também de recordar que a Igreja Ortodoxa Russa sujeitou-se completamente ao estado laico a fim de conseguir maiores apoios e impor-se como culto dominante num país multi-religioso como a Rússia. Isto faz com que Kirill seja mais um dos condutores da política externa do Kremlin e, no meio de uma histeria anti-ocidental e anti-europeia como a que reina no país, é quase impossível ver a diferença entre a ideia da defesa do “território canónico tradicional”, defendida pela Igreja Ortodoxa Russa, e a ideia da “defesa do mundo russo”, proclamada pelo Kremlin.
É difícil imaginar o que levará a juntar os chefes máximos das Igrejas Católica Romana e Ortodoxa Russa. Os “valores tradicionais” poderiam ser uma das bases, mas até aqui as posições não são coincidentes.
Além disso, dentro das próprias Igrejas Ortodoxas existem questões difíceis de ultrapassar, nomeadamente no que diz respeita ao lugar do Patriarca de Constantinopla no mundo ortodoxo. Tradicionalmente, ele tem o “primado de honra”, mas Moscovo sublinha que isso não lhe dá o mesmo estatuto que tem o Bispo de Roma entre os bispos católicos.
O metropolita Ilarion, chefe das Relações Externas do Patriarcado de Moscovo, afirma em relação ao Concílio Mundial Ortodoxo que está previsto realizar-se em 2016: “O presidente será o ‘primeiro entre iguais’ [Patriarca de Constantinopla], mas ele irá estar rodeado por representantes de outras igrejas ortodoxas autocéfalas. Desse modo, o quadro externo do concílio não fará lembrar um concílio católico, onde o Papa está à cabeça e todos os restantes bispos na sala. Ele irá antes reflectir a doutrina ortodoxa sobre a Igreja, segundo a qual as igrejas ortodoxas autocéfalas são chefiadas por chefes iguais em dignidade: patriarcas, metropolitas e arcebispos”.
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A VISITA DO PAPA FRANCISCO A TURQUIA

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DIVINA LITURGIA
PALAVRAS DO SANTO PADRE
Igreja Patriarcal de São Jorge, Istambul
Domingo, 30 de Novembro de 2014


Santidade, caríssimo irmão Bartolomeu!
Muitas vezes, como arcebispo de Buenos Aires, participei na Divina Liturgia das comunidades ortodoxas presentes naquela cidade, mas poder encontrar-me hoje nesta Igreja Patriarcal de São Jorge para a celebração do Santo Apóstolo André, o primeiro chamado e irmão de São Pedro, patrono do Patriarcado Ecuménico, é verdadeiramente uma graça singular que o Senhor me dá.
Encontrar-nos, olhar o rosto um do outro, trocar o abraço de paz, rezar um pelo outro são dimensões essenciais do caminho para o restabelecimento da plena comunhão para a qual tendemos. Tudo isto precede e acompanha constantemente a outra dimensão essencial do referido caminho que é o diálogo teológico. Um autêntico diálogo é sempre um encontro entre pessoas com um nome, um rosto, uma história, e não apenas um confronto de ideias.
Isto vale sobretudo para nós, cristãos, porque, para nós, a verdade é a pessoa de Jesus Cristo. O exemplo de Santo André – que, juntamente com outro discípulo, acolheu o convite do Divino Mestre: «Vinde e vereis» e «ficaram com Ele nesse dia» (Jo 1, 39) – mostra-nos claramente que a vida cristã é uma experiência pessoal, um encontro transformador com Aquele que nos ama e nos quer salvar. Também o anúncio cristão se difunde graças a pessoas que, apaixonadas por Cristo, não podem deixar de transmitir a alegria de serem amadas e salvas. Aqui, mais uma vez, é esclarecedor o exemplo do Apóstolo André. Depois de ter seguido Jesus até onde habitava e ter-se demorado com Ele, «encontrou primeiro o seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontrámos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus» (Jo 1, 40-42). Fica, assim, claro que nem sequer o diálogo entre cristãos pode subtrair-se a esta lógica do encontro pessoal.
Por isso, não foi por acaso que o caminho de reconciliação e de paz entre católicos e ortodoxos tenha sido, de alguma forma, inaugurado por um encontro, por um abraço entre os nossos venerados Predecessores, o Patriarca Ecuménico Atenágoras e o Papa Paulo VI, há cinquenta anos, em Jerusalém, um acontecimento que Vossa Santidade e eu quisemos recentemente comemorar encontrando-nos de novo na cidade onde o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou.
Por feliz coincidência, esta minha visita acontece poucos dias depois da celebração dos cinquenta anos da promulgação do Decreto do Concílio Vaticano II  sobre a busca da unidade de todos os cristãos, Unitatis redintegratio. Trata-se de um documento fundamental com que foi aberta uma nova estrada para o encontro entre os católicos e os irmãos de outras Igrejas e Comunidades eclesiais.
Em particular, com tal Decreto, a Igreja católica reconhece que as Igrejas ortodoxas «têm verdadeiros sacramentos e principalmente, em virtude da sucessão apostólica, o sacerdócio e a Eucaristia, por meio dos quais permanecem ainda unidas connosco por vínculos muito íntimos» (n. 15). Consequentemente, afirma-se que, para guardar fielmente a plenitude da tradição cristã e levar a termo a reconciliação dos cristãos do Oriente e do Ocidente, é de extrema importância conservar e sustentar o riquíssimo património das Igrejas do Oriente, não só no que diz respeito às tradições litúrgicas e espirituais, mas também as disciplinas canónicas, sancionadas pelos santos padres e pelos concílios, que regulam a vida dessas Igrejas (cf. nn. 15-16).
Considero importante reiterar o respeito deste princípio como condição essencial e recíproca para o restabelecimento da plena comunhão, que não significa submissão de um ao outro nem absorção, mas sim acolhimento de todos os dons que Deus deu a cada um para manifestar ao mundo inteiro o grande mistério da salvação realizado por Cristo Senhor por meio do Espírito Santo. Quero assegurar a cada um de vós que, para se chegar à suspirada meta da plena unidade, a Igreja católica não tem intenção de impor qualquer exigência, excepto a da profissão da fé comum, e que estamos prontos a buscar juntos, à luz do ensinamento da Escritura e da experiência do primeiro milénio, as modalidades pelas quais garantir a necessária unidade da Igreja nas circunstâncias actuais: a única coisa que a Igreja católica deseja e que eu procuro como Bispo de Roma, «a Igreja que preside na caridade», é a comunhão com as Igrejas ortodoxas. Esta comunhão será sempre fruto do amor «que foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5), amor fraterno que dá expressão ao vínculo espiritual e transcendente que nos une como discípulos do Senhor.
No mundo actual, erguem-se com intensidade vozes que não podemos deixar de ouvir, pedindo às nossas Igrejas que vivam plenamente como discípulos do Senhor Jesus Cristo.
A primeira destas vozes é a dos pobres. No mundo, há demasiadas mulheres e demasiados homens que sofrem por desnutrição grave, pelo desemprego crescente, pela alta percentagem de jovens sem trabalho e pelo aumento da exclusão social, que pode induzir a actividades criminosas e até mesmo ao recrutamento de terroristas. Não podemos ficar indiferentes perante as vozes destes irmãos e irmãs. Estão-nos pedindo não só que lhes demos uma ajuda material, necessária em muitas circunstâncias, mas sobretudo que os ajudemos a defender a sua dignidade de pessoas humanas, de modo que possam reencontrar as energias espirituais para levantarem e voltarem a ser protagonistas das suas histórias. Além disso pedem-nos para lutar, à luz do Evangelho, contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de um trabalho digno, da terra e da casa, a negação dos direitos sociais e laborais. Como cristãos, somos chamados a vencer, juntos, a globalização da indiferença – que, hoje, parece deter a supremacia – e a construir uma nova civilização do amor e da solidariedade.
Uma segunda voz que brada forte é a das vítimas dos conflitos em muitas partes do mundo. Esta voz, ouvimo-la ressoar muito bem a partir daqui, porque algumas nações vizinhas estão marcadas por uma guerra atroz e desumana. Penso com profunda amargura nas muitas vítimas do desumano e insensato atentado que nestes dias atingiu os fiéis muçulmanos que rezavam na mesquita de kano, na Nigéria. Turvar a paz de um povo, cometer ou consentir qualquer género de violência, especialmente contra pessoas frágeis e indefesas, é um pecado gravíssimo contra Deus, porque significa não respeitar a imagem de Deus que está no homem. A voz das vítimas dos conflitos impele-nos a avançar apressadamente no caminho de reconciliação e comunhão entre católicos e ortodoxos. Aliás, como podemos anunciar com credibilidade o Evangelho de paz que vem de Cristo, se entre nós continuam a existir rivalidades e contendas? (cf. Paulo VI, Exort. ap. Evangelium nuntiandi, 77).
Uma terceira voz que nos interpela é a dos jovens. Hoje, infelizmente, há tantos jovens que vivem sem esperança, dominados pelo desânimo e a resignação. Além disso, influenciados pela cultura dominante, muitos jovens buscam a alegria apenas na posse de bens materiais e na satisfação das emoções do momento. As novas gerações não poderão jamais adquirir a verdadeira sabedoria e manter viva a esperança, se nós não formos capazes de valorizar e transmitir o autêntico humanismo, que brota do Evangelho e da experiência milenar da Igreja. São precisamente os jovens – penso, por exemplo, nas multidões de jovens ortodoxos, católicos e protestantes que se reúnem nos encontros internacionais organizados pela comunidade de Taizé – são eles que hoje nos pedem para avançar rumo à plena comunhão. E isto, não porque eles ignorem o significado das diferenças que ainda nos separam, mas porque sabem ver mais além, são capazes de captar o essencial que já nos une.
Amado irmão, caríssimo irmão, estamos já a caminho, a caminho para a plena comunhão e já podemos viver sinais eloquentes de uma unidade real, embora ainda parcial. Isso nos conforta e sustenta na prossecução deste caminho. Temos a certeza de que, ao longo desta estrada, somos apoiados pela intercessão do Apóstolo André e do seu irmão Pedro, considerados pela tradição os fundadores das Igrejas de Constantinopla e de Roma. Imploramos de Deus o grande dom da unidade plena e a capacidade de o acolher nas nossas vidas. E não nos esqueçamos jamais de rezar uns pelos outros.



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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

EL PAPA FRANCISCO EN TURQUIA

Publicado 30/11/2014 10:01
Mundo Judío
El papa Francisco se reunió con el Gran Rabino de Turquía


El papa Francisco se reunió con el Gran Rabino de Turquía, Isak Haleva, en la representación pontificia en Estambul, residencia del pontífice durante su estancia en esta ciudad.
Con el encuentro Bergoglio inició la agenda oficial de su tercera y última jornada de su viaje a Turquía, aunque antes celebró una misa privada en la representación pontificia.
La reunión con el representante de los judíos en Turquía completa la serie de contactos con otras religiones presentes en este país, después de que el sábado lo hiciera con musulmanes y ortodoxos, además de las otras iglesias cristianas.
El Gran Rabino Haleva fue elegido para el cargo en 2002 y ostenta el título de "Hahambashi", que reúne en un
vocablo el término turco "jefe" con el hebreo de "sabio". La antigua comunidad judía en Turquía se fortaleció como consecuencia de llegada de numerosos hebreos expulsados de España en 1492.
A comienzos del siglo XX residían en Turquía unos 100 mil judíso pero su número se redujo considerablemente por la emigración hacia Norteamérica e Israel.
La comunidad hebrea en Turquía es, según la documentación de Radio Vaticano en relación con el viaje del papa a Turquía, la segunda por su número en un país islámico después de la de Irán y se compone actualmente de unas 25 mil personas, la mayor parte de ellas residentes en Estambul y Esmirna.
El Gran Rabino ya se reunió el 30 de noviembre de 2006 con el anterior papa, Benedicto XVI, cuando este realizó su viaje a Turquía. EFE y Aurora