Vaticano pede ação contra 'possíveis genocídios' no Oriente Médio
Papa Francisco cobrou resposta adequada para o fenômeno do terrorismo.
Para ele, há necessidade de envolvimento direto dos governos da região.
Papa Francisco faz o sinal da cruz durante encontro com cardeais no Vaticano nesta segunda-feira (20) (Foto: Max Rossi/Reuters)
O Vaticano fez um apelo nesta segunda-feira (20) à comunidade
internacional a agir para "prevenir possíveis novos genocídios" no
Oriente Médio e enfrentar as "fontes que apoiam as atividades
terroristas" do Estado Islâmico (EI).O Papa Francisco, na presença de 79 cardeais reunidos em consistório e sete patriarcas do Oriente Médio, cobrou "uma resposta adequada" para enfrentar "um fenômeno de terrorismo em uma escala inimaginável à primeira vista".
"Não podemos resignar-nos a pensar em um Oriente Médio sem cristãos", insistiu o pontífice no início do conclave.
Durante uma prolongada intervenção, o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, apelou à comunidade internacional para agir "para evitar possíveis novos genocídios".
Para tanto, há a necessidade do envolvimento "direto dos Estados na região" em soluções negociadas e "uma atenção especial às fontes" que apoiam as atividades terroristas do EI "através de um apoio político mais ou menos claro, do comércio ilegal de petróleo, armas e tecnologia".
"A comunidade internacional não deve fechar os olhos para o tráfico de armas", insistiu.
"É lícito parar o agressor injusto, mas em respeito ao direito internacional", reiterou o número dois do Vaticano, acrescentando que a resposta não poderia ser "apenas militar", mas também deve abordar as causas profundas "exploradas pela ideologia fundamentalista".
A Santa Sé espera que o papel do Irã "na resolução da crise na Síria e no Iraque" seja reconhecido, ressaltou o cardeal italiano.
Em contrapartida, Parolin se mostrou prudente quanto ao dilema dos cristãos orientais, divididos entre ficar ou emigrar, destacando em primeiro lugar a liberdade de escolha quando alguns patriarcas querem combater o êxodo atual.
"Este é um problema delicado. Se quiserem que os cristãos permaneçam na região, devem encontrar condições adequadas de vida, segurança e trabalho futuro", disse ele.
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