quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Boletim diário da ONU Brasil: “Brasil está entre os cinco países mais desiguais, diz estudo de centro da ONU” e 2 outros

Boletim diário da ONU Brasil: “Brasil está entre os cinco países mais desiguais, diz estudo de centro da ONU” e 2 outros.

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Posted: 29 Jan 2018 11:02 AM PST
Contraste entre as desigualdades no município do Rio de Janeiro. Foto: Luiz Gonçalves Martins - ODS 10
Desigualdades no Rio de Janeiro. Foto: Luiz Gonçalves Martins – ODS 10
Estudo que analisou 29 países — entre desenvolvidos e em desenvolvimento — mostrou que o Brasil está no grupo de cinco nações em que a parcela mais rica da população recebe mais de 15% da renda nacional. O 1% mais rico do Brasil concentra entre 22% e 23% do total da renda do país, nível bem acima da média internacional.
A conclusão é de estudo dos pesquisadores Pedro Herculano Guimarães e Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea), publicado recentemente pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (IPC-IG/PNUD).
Com base nos dados de Imposto de Renda referentes ao período de 2006 a 2014, os autores do estudo “The concentration of income at the top in Brazil” (a concentração de renda no topo da pirâmide no Brasil, em tradução livre) mostram que a desigualdade não diminuiu no país nos oito anos analisados, diferentemente do apontado por pesquisas domiciliares.
“Quase nada mudou no que se refere à concentração de renda no topo da pirâmide durante o período analisado”, disseram os pesquisadores.
“Embora as diferenças metodológicas não nos permitam dar um ranking oficial e definitivo de países, as evidências disponíveis mostram claramente que o Brasil está entre os mais desiguais, muito à frente da maioria dos outros países”, afirmou a conclusão do estudo.
Os pesquisadores atribuem a diferença de resultados na comparação com as pesquisas domiciliares aos ganhos de capital, mais bem detectados pelas declarações de Imposto de Renda.
Segundo eles, a desigualdade de renda no Brasil é preocupante, uma vez que está muito acima dos padrões internacionais.  A proporção do total da renda recebida pelo 1% mais rico da população fica entre 5% e 15% em 24 dos 29 países analisados, um grupo heterogêneo que inclui Holanda e Uruguai. Apenas cinco países — Brasil, África do Sul, Argentina, Colômbia e Estados Unidos — estão acima desse nível. No Brasil, a concentração da renda nas mãos do 1% mais rico é o dobro da média geral.
“O Brasil só atingirá níveis moderados de desigualdade, como os da Europa, se a concentração de renda no topo diminuir dramaticamente”, disseram os pesquisadores. “Isso demandará políticas que promovam tanto o rápido crescimento da renda dos mais pobres como a direta redistribuição (da renda) do topo”.
Os resultados ressalvam que, de fato, houve alguma redistribuição de renda entre as camadas intermediárias da população brasileira, mas a desigualdade se manteve estável entre os setores mais ricos e mais pobres. Como a renda continua muito concentrada no topo, não houve uma diminuição significativa da desigualdade nesse período, concluíram.
Os pesquisadores criticam os incontáveis exemplos de ações estatais tomadas no sentido oposto à redução da desigualdade de renda nesses países, tais como aposentadorias generosas para funcionários públicos, a baixa participação da tributação direta na carga tributária bruta e o acesso privilegiado a crédito público subsidiado.
“A experiência histórica mostra que buscar o crescimento a todo custo e esperar que ele resolva todos os nossos problemas distributivos não funcionou no passado e dificilmente funcionará no futuro”, declararam.
Clique aqui para acessar o estudo completo (em inglês).
Clique aqui para acessar a versão resumida do estudo (em português). 
 
Posted: 29 Jan 2018 09:43 AM PST
Mãe e filha em centro de saúde apoiado pelo UNFPA. Agência presta serviços de saúde reprodutiva, sexual, materna e neo-natal. Foto: UNFPA Namíbia/Emma Mbekele
Mãe e filha em centro de saúde apoiado pelo UNFPA. Agência presta serviços de saúde reprodutiva, sexual, materna e neo-natal. Foto: UNFPA Namíbia/Emma Mbekele
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência da ONU especializada em demografia, juventude e saúde sexual e reprodutiva, realiza na próxima quarta-feira (31) evento oficial em São Paulo para dar posse a seus conselheiros e conselheiras. O encontro é fechado ao público.
O Conselho Consultivo é formado por 14 pessoas reconhecidas nacional e internacionalmente nas áreas em que atuam. Seu principal objetivo é constituir um espaço plural, de incentivo e apoio à identificação, articulação e proposição de estratégias, parcerias e soluções inovadoras para o Fundo de População da ONU.
O órgão é composto por especialistas em políticas públicas, tanto da academia, como da sociedade civil e do setor privado. Eles aceitaram colaborar voluntariamente com o mandato da agência no Brasil.
Farão parte do Conselho Consultivo do UNFPA no Brasil:
Alexandre Padilha
Formado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi coordenador de projetos de pesquisa, vigilância e assistência em doenças tropicais do Ministério da Saúde no Pará ligados ao combate da malária em indígenas. Já foi diretor de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), secretário municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo e Ministro da Saúde.
Elza Berquó
Especialista em Bioestatística pela Columbia University, é membro fundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Realizou vários projetos de pesquisa, alguns deles sobre problemas de saúde pública. Apresentou grande número de palestras e conferências científicas no Brasil e no exterior. Tem também inúmeras publicações nas áreas de saúde reprodutiva, gênero, sexualidade e juventude.
Érico Brás
Nascido em Salvador, o ator Érico Brás iniciou aos 8 anos sua relação com o teatro. Engajado em temas de juventude e raça, fundou o canal no Youtube da web série: “Tá Bom pra você?”, que trata da questão racial com humor inteligente, graça e leveza. Com participação em séries e programas de TV, Érico Brás busca estimular o debate e a reflexão sobre diversidade.
Gonzalo Vecina Neto
Médico sanitarista com conhecimento avançado em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde, tem vasta experiência na área da saúde. Foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), secretário municipal de Saúde de São Paulo, secretário nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, superintendente do Hospital Sírio Libanês. É professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
Jacqueline Côrtes
Militante de defesa dos direitos humanos, atuou como ativista de ONGs e outros movimentos sociais. Foi consultora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Trabalhou para o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Em seu documentário, “Meu nome é Jacque”, conta sua experiência como mulher transexual e soropositiva.
Jurema Werneck
Doutora em Comunicação e Cultura e graduada em Medicina, integrou o Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU Mulheres Brasil, o Board of Directors do Global Fund for Women, o Conselho Curador do Fundo Brasil de Direitos Humanos e o Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde. É diretora-executiva da Anistia Internacional.
Lisiane Lemos
Trabalha na Microsoft, em São Paulo. Participa da Blacks at Microsoft no Brasil, política para a inclusão de pessoas negras na empresa, que promove a tecnologia como um instrumento de ascensão social. É diretora da Rede de Profissionais Negros e criadora do Comitê de Igualdade Racial da organização Mulheres do Brasil.
Luiza Helena Trajano
Empresária, é formada em Direito e Administração de Empresas, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, que possui mais de 800 lojas em 16 estados. Foi responsável pelo salto de inovação e crescimento que destacou o Magazine Luiza entre as maiores varejistas do Brasil, colocando as pessoas em primeiro lugar, privilegiando as atitudes empreendedoras e a criatividade.
Marta Azevedo
Marta é doutora em Demografia pela Unicamp e pesquisadora do Núcleo de Estudos de População. Foi presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e sua experiência em demografia tem ênfase em povos indígenas, saúde e educação. Trabalha com os temas de educação, mobilidade espacial e segurança alimentar com os Guarani, e saúde das mulheres, educação e indicadores de qualidade de vida com povos indígenas do Amazonas.
Nilcéa Freire
Médica pós-graduada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), dedicou-se ao estudo de parasitas responsáveis por grandes endemias no Brasil. Foi delegada da Conferência Regional sobre a Mulher Latino-Americana e Caribenha, presidente da Comissão Interamericana de Mulheres e secretária especial de Políticas para as Mulheres. É diretora do Museu do Samba.
Ricardo Ojima
Doutor em Demografia pela Unicamp, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde coordena o programa de pós-graduação, também em Demografia. Presidente da Associação de Estudos Populacionais, suas pesquisas se concentram nos temas de urbanização, mobilidade espacial, teoria demográfica e mudanças ambientais.
Ricardo Paes de Barros
Doutor em Economia pela Universidade de Chicago, foi pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) por mais de 30 anos, onde realizou pesquisas focadas em questões relacionadas a desigualdade e pobreza, mercado de trabalho e educação no Brasil e na América Latina. É economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper.
Tsitsina Xavante
Articuladora política da Namunkurá Associação Xavante e ponto focal da Rede de Juventude Indígena. Participou do Indigenous Fellowship Programme/Alto Comissariado de Direitos Humanos, contribuindo de maneira qualificada nos processos organizativos da juventude e de mulheres indígenas em defesa dos direitos humanos dos povos indígenas.
Wanda Engel
Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), foi secretária de Desenvolvimento Social no Rio de Janeiro e ministra de Assistência Social. Foi diretora da Divisão de Políticas Sociais do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. Recebeu o Prêmio Destaque 2012 do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da ONU. É diretora do Instituto Synergos no Brasil, organização que atua com a metodologia das Parcerias Multissetoriais.
 
Posted: 29 Jan 2018 07:33 AM PST

“Você nasceu quando? Eu nasci duas vezes, três vezes. Eu nasci várias vezes. Quem sobreviveu a um campo de concentração, como eu, só com muita sorte.”
Freddy Sobotka nasceu em 1928, na Tchecoslováquia, atual República Tcheca.
Ele foi um dos entrevistados da reportagem especial em vídeo do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) que marcou o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, lembrado em 27 de janeiro — data em que as tropas soviéticas libertaram o maior campo de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau.
O vídeo foi exibido nesta segunda-feira (29) na sede do UNIC Rio, no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, durante a inauguração de uma exposição com pôsteres em memória das vítimas do Holocausto, fruto de um concurso internacional vencido pela designer brasileira Júlia Cristofi.
A mostra “Mantenha a Memória Viva — Nossa Responsabilidade Compartilhada” é resultado de um concurso internacional promovido pelo Programa das Nações Unidas para Divulgação do Holocausto e a Escola Internacional para Estudos do Holocausto do Yad Vashem, com patrocínio da Fundação Asper e endossada pela Aliança Internacional pela Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês).
A mostra ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada franca, até o dia 28 de fevereiro.

 

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