Celebração ecumênica reúne católicos e luteranos na Terra Santa
Amã (RV) - Em comemoração aos anos de cooperação e diálogo já nutridos na Terra Santa, os líderes da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa (ELCJHL) e o Patriarcado Latino de Jerusalém (LPJ) deram um compromisso visível de unidade à suas comunidades no Oriente Médio, celebrando conjuntamente no último domingo na Igreja Evangélica Luterana do Bom Pastor, em Amã, na Jordânia.
Os líderes de ambas as Igrejas de Jerusalém - o Bispo Munib Younan da Igreja Evangélica Luterana e Dom Pierbattista Pizzaballa, do Patriarcado Latino - co-presidiram a celebração e proferiram as homilias em conjunto, no templo que serve como modelo para as relações ecumênicas na região.
"O ecumenismo não vem apenas através do diálogo teológico, mas através de amizades e confiança. Somos gratos pela amizade e confiança que nos aproximará ainda mais como luteranos e católicos", afirmou Dom Munib Younan na celebração
A oração comum em Amã foi uma continuidade do histórico encontro na Catedral de Lund, Suécia, em 31 outubro de 2016, quando luteranos e católicos recordaram conjuntamente os 500 anos da Reforma. A Oração Comum em Lund reuniu o Papa Francisco, o Presidente da Federação Luterana Mundial (LWF), Bispo Munib Younan, e o Secretário-Geral da FLM, Rev. Dr. Martin Junge.
Em nível local, líderes e membros das duas denominações se reuniram para dar continuidade ao caminho de cura das feridas e reconciliação testemunhado em Lund.
A Igreja Luterana do Bom Pastor estava repleta, com a presença de católicos e luteranos. Estavam presentes cerca de 20 clérigos representando cada Igreja, incluindo o Núncio Apostólico na Cisjordânia, o Arcebispo Alberto Ortega Martin, além de outros líderes da Igreja Ortodoxa, Anglicana, Síria e outras Igrejas.
"Mesmo com o tempo chuvoso e frio, a igreja estava lotada. Alguns [participantes] perguntaram: “Por que não fizemos isso antes"”, disse Younan.
"[A Oração Comum] foi um momento espiritual e devocional de comemoração da Reforma, mas celebramos a unidade na diversidade", disse ele.
A Liturgia da Oração Comum foi adaptada e traduzida pelo Pastor Isaac da Igreja Luterana e pelo Vigário Dom William Shomali do Patriarcado Latino.
"O que aconteceu em Lund deve ocorrer em todos os níveis. Unidade não é simplesmente entre os líderes das Igrejas. Não foi um simples encontro, em que depois voltamos, cada um para a sua própria vida na Igreja. Esperamos que mais iniciativas aconteçam em níveis menores - nas cidades e nos povoados”, disse o Rev. Munther Isaac, Pastor da Igreja Luterana em Belém.
Ação de Graças, arrependimento e testemunho conjunto
A Liturgia teve início com a oração, seguida pela ação de graças pela contribuição de cada Igreja para o mundo, confissão e arrependimento dos pecados cometido de ambos os lados, além de um compromisso em se concentrar nos cinco imperativos ecumênicos do documento "Do Conflito à Comunhão: Comemoração comum da Reforma 2017”, publicado pela Federação Luterana Mundial e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após 50 anos de diálogo prévio.
Antes da celebração no domingo, uma tradução em árabe do documento foi distribuída aos presentes. Algumas cópias estavam disponíveis antes e depois da Oração Comum.
Enquanto algumas orações seguiam literalmente a estrutura da Liturgia da Oração Comum, outras pediram a Deus por específicas necessidades, como pelos refugiados, pelo Oriente Médio e pela a Jordânia. Católicos e luteranos alternavam-se na condução da celebração, como ocorrido na Catedral de Lund.
"O que aconteceu [esta noite] é contra a divisão, contra a guerra e o conflito de que existe em demasia no Oriente Médio", disse o Rev. Isaac.
"A celebração foi incrível. Sentimos o Espírito nos guiar. Havia um sentimento de alegria e reverência. Foi respectivo, ambas as nossas Igrejas se uniram com um entusiasmo, tanto os Bispos, o clero e o povo". "É como se houvesse uma sede de unidade em nossa região".
Em sua homilia inspirada no Evangelho de São João 15, 1-5, o mesmo texto proclamado em Lund, o Arcebispo Pizzaballa foi enfático sobre a importância da unidade entre as Igrejas de Jerusalém: "Onde há divisão, não estamos dando o fruto que Jesus espera de nós".
No sábado, 18 de fevereiro, as duas Igrejas se encontrarão novamente em Belém, para uma segunda oração conjunta, desta vez na Igreja católica de Santa Catarina. Enquanto a celebração na na Igreja do Bom Pastor na Jordânia utilizou hinos e tradições luteranas, a oração comum na Igreja de Santa Catarina seguirá hinos e tradições católicas, e permitirá que os moradores da Palestina participem da comemoração da reforma.
"A unidade cristã é uma testemunha viva. Unidade é o único caminho para a reconciliação ", sublinhou Younan.
(LWF /JE)