quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

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Celebração ecumênica reúne católicos e luteranos na Terra Santa


Celebração em Amã deu continuidade ao espírito que marcou oração comum na Catedral de Lund - ANSA
17/02/2017 18:58


Amã (RV) -  Em comemoração aos anos de cooperação e diálogo já nutridos na Terra Santa, os líderes da Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa (ELCJHL) e o Patriarcado Latino de Jerusalém (LPJ) deram um compromisso visível de unidade à suas comunidades no Oriente Médio, celebrando conjuntamente no último domingo na Igreja Evangélica Luterana do Bom Pastor, em Amã, na Jordânia.
 
Os líderes de ambas as Igrejas de Jerusalém - o Bispo Munib Younan da Igreja Evangélica Luterana e Dom Pierbattista Pizzaballa, do Patriarcado Latino - co-presidiram a celebração e proferiram as homilias em conjunto, no templo que serve como modelo para as relações ecumênicas na região.
"O ecumenismo não vem apenas através do diálogo teológico, mas através de amizades e confiança. Somos gratos pela amizade e confiança que nos aproximará ainda mais como luteranos e católicos", afirmou Dom Munib Younan na celebração
A oração comum em Amã foi uma continuidade do histórico encontro na Catedral de Lund, Suécia, em 31 outubro de 2016, quando luteranos e católicos recordaram conjuntamente os 500 anos da Reforma. A Oração Comum em Lund reuniu o Papa Francisco, o Presidente da Federação Luterana Mundial (LWF), Bispo Munib Younan, e o Secretário-Geral da FLM, Rev. Dr. Martin Junge.
Em nível local, líderes e membros das duas denominações se reuniram para dar continuidade ao caminho de cura das feridas e reconciliação testemunhado em Lund.
A Igreja Luterana do Bom Pastor estava repleta, com a presença de católicos e luteranos. Estavam presentes cerca de 20 clérigos representando cada Igreja, incluindo o Núncio Apostólico na Cisjordânia, o Arcebispo Alberto Ortega Martin, além de outros líderes da Igreja Ortodoxa, Anglicana, Síria e outras Igrejas.
"Mesmo com o tempo chuvoso e frio, a igreja estava lotada. Alguns [participantes] perguntaram: “Por que não fizemos isso antes"”, disse Younan.
"[A Oração Comum] foi um momento espiritual e devocional de comemoração da Reforma, mas celebramos a unidade na diversidade", disse ele.
A Liturgia da Oração Comum foi adaptada e traduzida pelo Pastor Isaac da Igreja Luterana e pelo Vigário Dom William Shomali do Patriarcado Latino.
"O que aconteceu em Lund deve ocorrer em todos os níveis. Unidade não é simplesmente entre os líderes das Igrejas. Não foi um simples encontro, em que depois voltamos, cada um para a sua própria vida na Igreja. Esperamos que mais iniciativas aconteçam em níveis menores - nas cidades e nos povoados”, disse o Rev. Munther Isaac, Pastor da Igreja Luterana em Belém.
Ação de Graças, arrependimento e testemunho conjunto
A Liturgia teve início com a oração, seguida pela ação de graças pela contribuição de cada Igreja para o mundo, confissão e arrependimento dos pecados cometido de ambos os lados, além de um compromisso em se concentrar nos cinco imperativos ecumênicos do documento "Do Conflito à Comunhão: Comemoração comum da Reforma 2017”, publicado pela Federação Luterana Mundial e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, após 50 anos de diálogo prévio.
Antes da celebração no domingo, uma tradução em árabe do documento foi distribuída aos presentes. Algumas cópias estavam disponíveis antes e depois da Oração Comum.
Enquanto algumas orações seguiam literalmente a estrutura da Liturgia da Oração Comum, outras pediram a Deus por específicas necessidades, como pelos refugiados, pelo Oriente Médio e pela a Jordânia. Católicos e luteranos alternavam-se na condução da celebração, como ocorrido na Catedral de Lund.
"O que aconteceu [esta noite] é contra a divisão, contra a guerra e o conflito de que existe em demasia no Oriente Médio", disse o Rev. Isaac.
"A celebração foi incrível. Sentimos o Espírito nos guiar. Havia um sentimento de alegria e reverência. Foi respectivo, ambas as nossas Igrejas se uniram com um entusiasmo, tanto os Bispos, o clero e o povo". "É como se houvesse uma sede de unidade em nossa região".
Em sua homilia inspirada no Evangelho de São João 15, 1-5, o mesmo texto proclamado em Lund, o Arcebispo Pizzaballa foi enfático sobre a importância da unidade entre as Igrejas de Jerusalém: "Onde há divisão, não estamos dando o fruto que Jesus espera de nós".
No sábado, 18 de fevereiro, as duas Igrejas se encontrarão novamente em Belém, para uma segunda oração conjunta, desta vez na  Igreja católica de Santa Catarina. Enquanto a celebração na na Igreja do Bom Pastor na Jordânia utilizou hinos e tradições luteranas, a oração comum na Igreja de Santa Catarina seguirá hinos e tradições católicas, e permitirá que os moradores da Palestina participem da comemoração da reforma.
"A unidade cristã é uma testemunha viva. Unidade é o único caminho para a reconciliação ", sublinhou Younan.
(LWF /JE)
17/02/2017 18:58

SIONISMO

SIONISMO

HISTÓRIA GERAL

O Sionismo foi um movimento nacionalista judaico iniciado nas décadas finais do século XIX, na Europa, e teve por objetivo principal a criação do Estado Judaico.
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  • O que é sionismo?
Sionismo é um termo que deriva da palavra hebraica “Tzion”, Sião, que significa “cume,” “lugar elevado”, “monte”. Sião é uma das colinas próximas a Jerusalém, que foi conquistada pelo rei Davi, e é considerado um dos lugares sagrados das três religiões abraâmicas: cristianismo, judaísmo e islamismo. Aparecido no fim do século XIX, o sionismo foi um movimento nacionalista judaico que tinha por objetivo central a defesa da formação de uma nação judaica, bem como da criação do Estado judeu, ou uma Eretz Israel, isto é, a “Terra de Israel”.
  • Criador do termo
O criador do termo “sionismo” foi o jornalista judeu e austríaco Nathan Birnbaum (1864-1937). Birnbaum empregou a palavra pela primeira vez em um debate público realizado em Viena, em 23 de janeiro de 1892. Esse jornalista foi um dos pioneiros no combate aberto ao antissemitismo presente na Europa e em outras partes do mundo nessa época. Na década de 1880, especificamente entre os anos de 1881 e 1883, os massacres (chamados de pogroms) promovidos contra a comunidade judaica russa pela polícia secreta do czar Alexandre III, a Okhrana, escandalizaram o mundo. A defesa da criação de um Estado nacional judeu começou a tornar-se forte nessa época em virtude de ações como essa. Antes mesmo de haver o I Congresso Sionista, que organizaria as propostas do movimento, muitos judeus da Rússia e de outras regiões começaram a migrar para a Palestina (então sob o domínio otomano) e lá se estabelecerem.
  • A primeira Aliya (1882), o Affair Dreyfus e o I Congresso Sionista (1897)
Alguns líderes religiosos, como o rabino Yehudá Alkalay (nascido na Sérvia), já haviam se estabelecido na Palestina no início do século XX. Sua geração e a geração de imigrantes do início dos anos 1880, da chamada primeira Alyia, começaram a traçar as primeiras formas de negociação com o Império Otomano para a compra de terras na Palestina. Entretanto, as terras compradas tinham apenas caráter de colônia, e não de Estado.
Em 1894, um novo escândalo internacional envolvendo um oficial judeu do Exército francês acendeu novamente o problema do antissemitismo. Tratava-se do Affair Dreyfus (Caso Dreyfus). Dreyfus, que era de família judaica, foi acusado injustamente de traição por conspiradores do Exército, que diziam que ele forneceu informações de inteligência militar para o Exército alemão. Dreyfus foi julgado e condenado a cumprir pena na Ilha do Diabo. Muitos intelectuais destacaram-se na defesa pública de Dreyfus à época. Um deles era o famoso escritor Émile Zola; outro, o jornalista judeu e húngaro Theodore Herzl, que se tornou o grande difundidor do sionismo.
Herzl foi um dos criadores da Organização Sionista Mundial, criada em 1897 e que realizou o 1º Congresso Sionista nesse mesmo ano, na Basileia. Esse congresso examinou as características da primeira imigração, dos anos 1880, e procurou estabelecer novas diretrizes paras as próximas com vistas à criação definitiva de um Estado judaico. É da autoria de Herzl, inclusive, a obra “O Estado Judaico”, na qual essas diretrizes são esmiuçadas.
Como diz o historiador Henry Chemeris:
A partir de 1897, pôs-se fim à colonização privada meio filantrópica, meio colonial, sustentada por alguns ricos financistas judeus, sendo substituída por um programa estritamente nacionalista de colonização organizada, com objetivos políticos bem definidos e gozando do apoio da massa. Israel Cohen explicita o objetivo maior dos sionistas durante o Congresso da Basileia: “Tal foi o objetivo supremo do sionismo, formulado pelo Congresso da Basileia nos termos seguintes: o objetivo do Sionismo é a criação, na Palestina, de um lar para o povo judeu, garantido pelo direito público.” [1]
Theodor Herzl foi o principal difundidor do sionismo
Theodor Herzl foi o principal difundidor do sionismo
Como forma de criar uma resolução para o grave problema do antissemitismo, o Estado Judeu foi idealizado por Herzl em suas linhas gerais. Para ele, o grande motivo do antissemitismo era a existência dispersa e desorganizada dos judeus mundo afora, sem uma nação que os amparasse, como explica no livro já citado:
O problema judaico existe. Seria tolice negá-lo. É um resquício da Idade Média, do qual os povos civilizados, com a melhor boa vontade, ainda não sabem desfazer-se. Certamente mostraram sua magnanimidade quando nos emanciparam. O problema judaico existe em todos os lugares em que vive um número apreciável de judeus. Lá onde não existe, é trazido pelos judeus imigrados. Dirigimo-nos, naturalmente, para onde não nos perseguem. E a nossa aparição provoca as perseguições. Isto é uma certeza e continuará acontecendo em todo os lugares, até nos países mais evoluídos, como está sendo demonstrado na França, enquanto o problema judaico não for resolvido por meios políticos. Os judeus pobres levam o antissemitismo à Inglaterra e já o levaram até a América. [2]
A partir da década de 1910, uma nova onda imigratória de judeus para a Palestina começou a ser efetuada com vistas a formas de organização mais complexas. Um dos primeiros impulsos recebidos para o estabelecimento de um possível Estado judaico na Palestina veio com a Declaração Baulfour, em 1917, que consistiu em uma carta escrita pelo secretário de assuntos estrangeiros da Grã-Bretanha, James Balfour, e endereçada ao Barão de Rothschild, líder da comunidade judaica naquele país. Na carta, Balfour fala das intenções dos britânicos de facilitar a construção do Estado judaico.
Todavia, os inúmeros problemas que ocorreram entre o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), sobretudo envolvendo o nacionalismo árabe e a tentativa de construção de um Estado Palestino, postergaram a criação do Estado Judaico para o ano de 1947.
NOTAS
[1] CHEMERIS, Henry Guenis Santos. Os principais motivos que geraram os conflitos entre israelenses e árabes na palestina (1897-1948). Dep. de História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUC-RS: Porto Alegre, 2002. p. 54.
[2] HERZL, Theodor. O Estado Judaico. Trad. Dagoberto Mensh. Poeteiro Editor Digital: São Paulo, 2015. p. 9.

Por Me. Cláudio Fernandes

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Muçulmanos crescem no Brasil convertendo fiéis evangélicos, afirma pesquisadora; Assista


Muçulmanos crescem no Brasil convertendo fiéis evangélicos, afirma pesquisadora; Assista


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Os muçulmanos estão crescendo no Brasil a partir do rebanho evangélico. A constatação foi feita pela antropóloga Amanda Dias, que concedeu uma entrevista à sucursal brasileira da emissora francesa RFI e comentou detalhes das descobertas que fez em sua pesquisa sobre as características da comunidade muçulmana no Rio de Janeiro.
De acordo com Amanda Dias, uma das características dos brasileiros que se converteram ao islamismo é já ter feito parte de uma comunidade evangélica. E isso, em sua visão, se deve muito ao discurso adotado pelos líderes muçulmanos na cidade.
“Eles pregam um islã fundamentalista. No sentido de que ele vai no fundamento da religião. Então, ele não depende de uma tradição específica, e é acessível a um público maior […] Eles se baseiam no Corão, e nos hadith, que são os exemplos de vida do profeta [Maomé]”, afirmou a antropóloga.
Questionada pela jornalista Maria Emília Alencar sobre a origem desses novos muçulmanos, a pesquisadora confirmou que eles são oriundos de igrejas evangélicas e abandonaram a fé cristã depois de serem apresentados aos ensinamentos de Maomé.
“Isso foi o que eu encontrei durante a minha pesquisa demográfica, no trabalho de campo, e é diferente do que outros pesquisadores encontraram no passado. Então, eu acho que é [algo] recente, e que existe sim um trânsito sim [de fiéis] dessas comunidades evangélicas para o islã”, afirmou.

+Líderes muçulmanos traçam estratégia de expansão no Brasil 

Parte do crescimento do islamismo no Brasil, e em particular no Rio de Janeiro (campo pesquisado pela antropóloga), se deve ao discurso adotado na abordagem das pessoas: “Esse trabalho que eles fizeram, de difusão do islã, é um trabalho de acolhimento das pessoas que chegam. Na mesquita, ela tem um ‘kit do revertido’, que vai ensinar fazer as orações, tem aulas de árabe para os brasileiros, os sermões vão ser feitos também em português, não apenas em árabe. Existe um acolhimento”, contou.
Grande parte dos que se convertem ao islamismo passam a conhecer a religião através de pesquisas: “As pessoas chegam à mesquita muito pelos seus próprios esforços. Elas vão procurar na internet […] descobrir o islã de outras maneiras”, acrescentou.
Esse dado pode revelar que a propaganda feita pelo Estado Islâmico – e outros grupos extremistas muçulmanos – surte efeito, atraindo pessoas para conhecerem a religião, fundada aproximadamente 600 anos depois da morte de Jesus Cristo.
Segundo Amanda Dias, os evangélicos que se convertem muçulmanos são atraídos pela ideia de que a religião islâmica funciona como algo paralelo ao cristianismo: “Existe uma certa continuidade [de valores morais], entre a igreja evangélica e o islã, no sentido de que os evangélicos já pedem um certo pudor na maneira de se vestir, etc, e o islã, no Brasil, ele vai insistir nessa continuidade. O primeiro livro que eles ganham ao chegar em uma mesquita é ‘Jesus, um profeta do islã’. Existe uma certa continuidade doutrinária, também”.
Atualmente, segundo a pesquisadora, estima-se que existam, “mais ou menos, mil muçulmanos ligados à Sociedade [Beneficente Muçulmana] no Rio de Janeiro”. Assista: