terça-feira, 5 de março de 2019

INTERNACIONAL200 famílias cristãs atacadas por radicais islâmicos no Paquistão, em nova onda de violência

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200 famílias cristãs atacadas por radicais islâmicos no Paquistão, em nova onda de violência

Origem dos ataques foram acusações falsas de “blasfêmia”
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Uma multidão de radicais islâmicos atacaram cerca de 200 famílias cristãs no Paquistão. Elas foram expulsas de suas casas depois que quatro mulheres cristãs foram falsamente acusadas de blasfêmia, na semana passada.
International Christian Concern (ICC), organização que monitora a perseguição contra cristãos em vários locais do mundo, denunciou a onda de violência ocorrida em Karachi, quinta cidade mais populosa do Paquistão. A ICC revelou que uma mulher muçulmana chamada Samina Riaz acusou quatro mulheres cristãs com idades entre 14 e 30 anos de profanarem o Alcorão.
A acusação foi feita após o cristão Amjad Dildar, pedir que Riaz e seu marido desocupassem a casa que estavam alugando porque o casal muçulmano estava “causando problemas entre as famílias cristãs da comunidade”. Como vingança, Riaz acusou três das filhas de Dildar e outra mulher cristã de danificar uma cópia do Alcorão, o livro sagrado do Islã.

As acusadas ​​de blasfêmia são Soneha Amjad (14 anos), Sophia Amjad (18), Sunaina Amjad (22) e Sophia Qamar (30).
Embora sem nenhum tipo de prova, a notícia de que mulheres cristãs haviam tentando destruir um Alcorão espalharam-se rapidamente, o que fez com que uma multidão de moradores muçulmanos do bairro passassem a atacar várias propriedades cristãs na área e uma igreja local.
A casa de Dildar fo bastante danificadas por pedras jogadas pela multidão. O grupo armado também matou animais de estimação e gado.
Posteriormente, uma investigação policial mostrou que foi a própria Riaz que mergulhou o livro sagrado do Islã em água suja, para simular a tentativa de destruição. Riaz e seu marido foram presos e a mulher admitiu que ela orquestrou a coisa toda.
A reação desproporcional mostra como as leis antiblasfêmia paquistanesas são usadas por muçulmanos radicais como desculpa para a perseguição de cristãos. Em especial por conta da absolvição recente de Asia Bibi, uma cristã acusada de blasfêmia em 2009 que foi condenada à morte, mas acabou absolvida no ano passado pela Suprema Corte do país justamente por falta de provas.

Apesar da absolvição de Bibi, há muitos outros cristãos que foram falsamente acusados ​​de blasfêmia. A ICC informa que, nos últimos 30 anos, 1.500 indivíduos foram acusados ​​de cometer blasfêmia no Paquistão, país que ocupa a quinta posição no ranking de perseguição religiosa da Missão Portas Abertas.

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